Covid-19: mangas compridas e sapatos à porta. O que deve fazer quando sai e regressa a casa
Portugal tinha esta segunda-feira 11.730 casos positivos. DGS cria manual que explica o que fazer quando se sai e entra na habitação e que medidas de protecção tomar em situação de isolamento de um caso positivo que está em casa.
Portugal tinha, esta segunda-feira, 11.730 casos positivos. São mais 452 do que no dia anterior, o que corresponde a um crescimento de 4% e que transforma esta percentagem na menor registada até agora. Outro sinal positivo são os internamentos – 1099 pessoas, estando 270 destas nos cuidados intensivos –, cujo aumento é também pequeno. O número de doentes de covid-19 recuperados também subiu: passaram de 75, no domingo, para 140, esta segunda-feira. Segundo o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), contabilizam-se 311 mortes, mais 16 do que no domingo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Portugal tinha, esta segunda-feira, 11.730 casos positivos. São mais 452 do que no dia anterior, o que corresponde a um crescimento de 4% e que transforma esta percentagem na menor registada até agora. Outro sinal positivo são os internamentos – 1099 pessoas, estando 270 destas nos cuidados intensivos –, cujo aumento é também pequeno. O número de doentes de covid-19 recuperados também subiu: passaram de 75, no domingo, para 140, esta segunda-feira. Segundo o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), contabilizam-se 311 mortes, mais 16 do que no domingo.
Na conferência de imprensa desta segunda-feira, a capacidade de realização de testes voltou a estar na ordem do dia. O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que desde o dia 1 de Março já foram feitos mais de 110 mil testes de diagnóstico e que a capacidade instalada é de 11 mil testes por dia. A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, reforçou que “a principal preocupação em Portugal é testar pessoas que manifestam qualquer tipo de sintomas, mesmo que sejam muito ligeiros”.
Também a questão do uso generalizado de máscaras tem sido muito debatida. A DGS já pediu um parecer sobre esta matéria, mas será preciso esperar mais alguns dias para ter uma resposta sobre o uso mais alargado deste equipamento.
Independentemente do uso mais alargado de material como luvas ou máscaras e da aparente mensagem positiva que os números parecem dar, nas conferências de imprensa realizadas diariamente no Ministério da Saúde mantém-se o tom de cautela. E, sobretudo, o apelo à continuidade das medidas de isolamento e distanciamento social, que se sabem que podem ser um travão na disseminação da infecção pelo novo coronavírus.
Mas o que é o distanciamento social? Que cuidados se devem ter quando se chega a casa? Ou quando convivemos no mesmo espaço com alguém doente? A DGS criou um manual que responde a todas estas questões e que começa logo por explicar que medidas como “o isolamento e o distanciamento social são essenciais em saúde pública, especialmente utilizadas em resposta a uma epidemia”.
“São das medidas mais efectivas para quebrar cadeias de transmissão, e por isso utilizadas pelas autoridades de saúde para minimizar a transmissão da covid-19”, reforça o documento.
No que diz respeito ao distanciamento social, algumas das “medidas a adoptar para reduzir a interacção social entre pessoas” têm sido várias vezes repetidas. Manter pelo menos uma distância de dois metros das outras pessoas, lavar frequentemente as mãos com sabão, espirrar ou tossir para o braço e, se possível, estar em teletrabalho.
Mas quando tem de sair de casa, evite tocar na cara e usar transportes públicos, se não precisar. A DGS aconselha o uso de mangas compridas e de cabelo apanhado. E quem tem indicação para usar máscara, deve colocá-la antes de sair. Use lenços de papel para cobrir os dedos quando toca em algum objecto e opte por não pagar em dinheiro.
O regresso a casa também implica regras de protecção. Recomenda a DGS que não toque em nada antes de lavar as mãos, que deixe os sapatos à porta, assim como as chaves e carteira dentro de uma caixa junto à entrada. Deve limpar o telemóvel com toalhitas humedecidas em álcool ou as usadas para bebés e se possível tome banho ou lave as partes expostas. Se foi passear o cão à rua, limpe-lhe as patas antes de entrar em casa. A roupa que foi à rua deve ser colocada dentro de um saco e lavada, se possível, a mais de 60º. Antes de arrumar os produtos que comprou, limpe-os com lixívia.
Medidas em caso de isolamento
Igualmente importantes são as regras em situação de isolamento, indicadas para doentes infectados ou que tenham estado em contacto com casos positivos. “O tempo que deve permanecer em isolamento ser-lhe-á comunicado pela autoridade de saúde ou clínico que o acompanha, sendo importante que siga esta indicação até ao fim do período indicado, mesmo que não tenha qualquer sintoma”, clarifica o manual.
A pessoa deve ficar isolada num quarto e se possível ter uma casa de banho só para si. Quando tiver de sair, usar uma máscara. E quando a casa de banho é partilhada, deve ser o último a tomar banho e a seguir o espaço deve ser limpo. As superfícies devem ser desinfectadas com regularidade e as divisões arejadas regularmente para promover a circulação do ar.
Há outros cuidados a ter em casa. “A roupa, roupa de cama e toalhas devem ser lavadas na máquina, na maior temperatura possível (acima de 60º), utilizando detergente de máquina” e “se possível utilizar máquina de secar a roupa e ferro na maior temperatura permitida pelas roupas”. Fica ainda a indicação de que deve “evitar sacudir a roupa de cama enrolando-a no sentido de dentro para fora, fazendo um ‘embrulho'”. As mãos devem ser lavadas a seguir. Também não devem ser partilhados talheres, toalhas e outros objectos.
Se surgirem sintomas, a primeira regra é ligar para o SNS24. A DGS deixa ainda o esclarecimento de como justificar as faltas no trabalho. Se tiver covid-19, “o médico irá emitir o Certificado de Incapacidade Temporária para o trabalho (internamento e prolongamento para o período que estiver no domicílio em isolamento)”. Se tiver sido classificado pelas autoridades de saúde como tendo contactado com um caso positivo, “a autoridade de saúde da sua área de residência emitirá a declaração para efeitos de isolamento profiláctico”, para ser enviado à entidade empregadora.