Covid-19: Japão declara estado de emergência, mas não impõe confinamento
Shinzo Abe decidiu manter os serviços socio-económicos essenciais a funcionar.
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou nesta terça-feira o estado de emergência, por um mês, para Tóquio e seis outras regiões do arquipélago face a uma recente aceleração do número de casos de covid-19 no país.
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O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, declarou nesta terça-feira o estado de emergência, por um mês, para Tóquio e seis outras regiões do arquipélago face a uma recente aceleração do número de casos de covid-19 no país.
O estado de emergência não permite às autoridades japonesas impor um confinamento rigoroso como noutros países, mas os governadores das regiões abrangidas podem instar a população a ficar em casa e pedir o encerramento temporário do comércio não essencial.
“Face a uma situação que pode afectar gravemente a vida de cada um e a economia, decidi declarar o estado de emergência”, anunciou Abe perante uma comissão parlamentar. “A medida será suspensa logo que tivermos a certeza de que já não é necessária”, adiantou.
Em causa estão a capital, Tóquio, e as três regiões dos seus subúrbios, a região de Osaca, que é a grande metrópole do oeste, e a sua vizinha Hyogo, assim como a de Fukuoka, na ilha de Kyushu (sudoeste).
No total, a decisão envolve cerca de 50 milhões de pessoas, o que representa cerca de 40% da população do país.
O primeiro-ministro, que tinha anunciado a medida na segunda-feira, recordou que a mesma não levará a um “confinamento como no estrangeiro” e que o objectivo é “controlar a propagação do vírus, mantendo os serviços socioeconómicos essenciais, como os transportes públicos”.
As autoridades contam essencialmente com a boa vontade dos cidadãos, que são na sua maioria favoráveis ao estado de emergência, segundo uma sondagem da cadeia privada TBS divulgada na segunda-feira.
“É necessário pedir a completa cooperação de todos”, insistiu Abe, adiantando que “segundo os especialistas, se se fizer todos os esforços para reduzir os contactos em 70% a 80%, o número de infecções reduzir-se-á após duas semanas”.
A pandemia da covid-19 continua limitada por enquanto no Japão, mas os casos têm aumentado bastante desde o final de Março, fazendo recear uma saturação dos hospitais, o que levou o governo de Abe a intensificar a sua actuação. O último balanço do Ministério da Saúde japonês, divulgado na segunda-feira, indicava que o país totalizava mais de 3900 casos do novo coronavírus e 80 mortos.
Representando o estado de emergência um golpe severo na economia do país, Abe anunciou também na segunda-feira um plano de ajuda recorde de 108 biliões de ienes (915 mil milhões de euros), prevendo dotações para as famílias mais necessitadas e para as pequenas e médias empresas mais afectadas pela crise.