Marcelo sai “motivado” da reunião com a banca e fala em novas medidas
Depois de uma reunião com os cinco maiores banqueiros, o Presidente da República garantiu que a banca “merece a confiança dos portugueses” e que notou “grande mobilização” para ajudar a economia e a sociedade.
O Presidente da República saiu “motivado” da reunião que teve esta segunda-feira à tarde, durante mais de duas horas, com os banqueiros responsáveis pelas cinco maiores instituições financeiras do país, onde ouviu “em pormenor o que cada um está a fazer e vai fazer” para ajudar a economia e a sociedade.
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O Presidente da República saiu “motivado” da reunião que teve esta segunda-feira à tarde, durante mais de duas horas, com os banqueiros responsáveis pelas cinco maiores instituições financeiras do país, onde ouviu “em pormenor o que cada um está a fazer e vai fazer” para ajudar a economia e a sociedade.
“Há um estado de espírito de grande mobilização [da banca] para ajudar a economia e a sociedade, porque o nosso tecido empresarial é composto por milhares de pequenas e médias empresas e milhares de trabalhadores”, afirmou o chefe de Estado.
Essa mobilização da banca vai revelar-se, não apenas na execução das medidas tomadas pelo Governo, como também “nas iniciativas próprias, banco a banco, completando as medidas do Governo”, revelou Marcelo Rebelo de Sousa.
Sem adiantar quais as medidas em concreto que estão a ser preparadas pela banca, o chefe de Estado explicou no entanto que essas iniciativas passam pela “actividade bancária e por propostas feitas ou a fazer ao Governo”, em particular no domínio fiscal e na recapitalização das empresas.
“A banca portuguesa está a acompanhar de forma muito atenta a situação do país e já começou a dar resposta aos processos pendentes previstos” pelo Governo, afirmou, sublinhando que gostou de ouvir as “sugestões muito concretas para a vida dos portugueses”.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou ainda duas ideias fortes que reteve daquilo que ouviu aos banqueiros. A primeira é a de que “a banca pode merecer hoje a confiança dos portugueses”, depois da crise sistémica que atravessou na década passada, e que foi uma crise “muito diferente da actual”, pois aquela teve origem no próprio sistema financeiro, enquanto esta é de saúde pública.
A segunda ideia que reteve foi o sublinhado dos banqueiros sobre a “maturidade” revelada pelos clientes dos bancos. “No mês de Março, os portugueses recorreram sobretudo a moratórias, ora para procurar alívio [de tesouraria], ora para poupança para o futuro imediato”, afirmou.
O Presidente da República sublinhou ainda que “a luta pela economia e sociedade vai demorar mais tempo do que a luta pela vida e pela saúde que enfrentamos neste momento”. E revelou que vai receber esta terça-feira o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira, e depois o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que entrou na recta final do seu segundo mandato, que termina a 10 de Julho.
Aparentemente de fora das preocupações do Presidente da República, ficou o tema do pagamento de dividendos relativos ao exercício de 2019 aos accionistas por parte dos bancos com sede em Portugal. O que se compreende depois de tudo apontar para que o BPI, o único que manteve a proposta viva, se preparar para recuar na entrega dos 117 milhões de euros ao espanhol CaixaBank. E passar assim a alinhar com a prática que está a ser seguida pelo resto do sector, que cancelou a remuneração aos investidores que tinham antes anunciado.
Recorde-se que no fim-de-semana Marcelo Rebelo de Sousa veio abordar publicamente a necessidade de todos os bancos reterem dividendos. Uma iniciativa que se inscreve na agenda mediática do Presidente da República, que tem estado a ser marcada nas últimas semanas pelos temas associados ao envolvimento do sector financeiro no combate à crise económica desencadeada pela pandemia por Covid-19. com Cristina Ferreira