NAV geriu menos 24 mil voos em Portugal só em Março
Cancelamento de voos a partir de 16 de Março ditou quebra de 36%. Em Abril, a queda de tráfego pode chegar aos 95%.
Os dados preliminares de tráfego aéreo que foram divulgados pela NAV, a empresa pública que faz a gestão deste tráfego, apontam para uma quebra de 24 mil voos em Portugal só no mês de Março. Este número reflecte uma quebra de 36% face ao mesmo mês de 2019. “Ao todo, registaram-se 43,8 mil movimentos contra os anteriores 68 mil nas duas regiões de informação de voo da NAV Portugal”, contabiliza a empresa.
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Os dados preliminares de tráfego aéreo que foram divulgados pela NAV, a empresa pública que faz a gestão deste tráfego, apontam para uma quebra de 24 mil voos em Portugal só no mês de Março. Este número reflecte uma quebra de 36% face ao mesmo mês de 2019. “Ao todo, registaram-se 43,8 mil movimentos contra os anteriores 68 mil nas duas regiões de informação de voo da NAV Portugal”, contabiliza a empresa.
Em comunicado enviado às redacções, a NAV refere que o tráfego de Janeiro e Fevereiro esteve em linha com o verificado em 2019, e que a quebra significativa se verificou a partir do dia 16 de Março, data em que se iniciou um ciclo de quebras cada vez mais acentuadas à medida que diversas ligações começaram a ser suspensas.
O total de voos geridos pela NAV, ou “movimentos”, inclui não apenas os voos com origem/destino em aeroportos portugueses, mas também aqueles que sobrevoam o espaço aéreo sob responsabilidade portuguesa – espaço esse que totaliza mais de 5,8 milhões quilómetros.
De acordo com a NAV, as suspensões de ligações aéreas irão provavelmente manter-se, isto além do encerramento temporário dos aeroportos em Portugal, e várias companhias já anunciaram que manterão a maioria dos aviões em terra até Maio. “Tudo indica que os valores registados na última semana de Março se deverão manter ao longo do mês de Abril, pelo que as quebras deverão rondar os 85% e 95%”, antecipa a gestora de tráfego aéreo.
A suspensão de ligações aéreas começou a 10 de Março, com os voos para Itália. Seguiu-se a suspensão de voos europeus para os Estados Unidos, no dia 13, da as ligações entre Portugal e Espanha, a dia 17. Por fim, a 19 de Março, a União Europeia suspendeu os voos extracomunitários e várias companhias aéreas decidiram cancelar grande parte ou a totalidade das suas operações, com destaque para a TAP, Ryanair e easyJet, no caso português.
Para o presidente do Conselho de Administração da NAV Portugal, Manuel Teixeira Rolo, “a queda acentuada do tráfego é bastante preocupante, por tudo o que tal representa em termos de impactos na economia, no emprego e na vida das pessoas”. Porém, sublinha: “A prioridade hoje é conter o mais possível o impacto de uma disseminação acelerada da covid-19, sendo essa uma batalha a que todos estamos convocados.”
O cenário de queda abrupta do tráfego não é um exclusivo português. Considerando todos os voos geridos na rede Eurocontrol, em Março o tráfego diário caiu 40,6%, de uma média de 27,3 mil movimentos diários para 16,1 mil. Também aqui se espera que a quebra seja ainda mais acentuada em Abril.
A rede Eurocontrol abrange a Bélgica, Irlanda, Hungria, Suécia, Mónaco, Albânia, Lituânia, Marrocos, França, Portugal, Suíça, República Checa, Eslováquia, Bósnia, Montenegro, Alemanha, Grécia, Áustria, Itália, Espanha, Polónia, Letónia, Luxemburgo, Malta, Dinamarca, Roménia, Macedónia do Norte, Ucrânia, Geórgia, Holanda, Turquia, Noruega, Bulgária, Moldávia, Sérvia, Estónia, Reino Unido, Chipre, Eslovénia, Croácia, Finlândia, Arménia e Israel.