Estudos de doenças do cérebro e envelhecimento cardiovascular recebem 3,4 milhões de euros
Financiamento foi obtido no âmbito do programa europeu Horizonte 2020.
Dois grupos de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) obtiveram financiamento para o estudo de doenças do cérebro e do envelhecimento cardiovascular, através dos projectos DYNABrain e RESETageing, respectivamente, anunciou a instituição.
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Dois grupos de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) obtiveram financiamento para o estudo de doenças do cérebro e do envelhecimento cardiovascular, através dos projectos DYNABrain e RESETageing, respectivamente, anunciou a instituição.
O primeiro destes projectos recebeu 2,5 milhões de euros, enquanto o RESETageing obteve 900 mil euros, através do programa europeu Spreading Excellence and Widening Participation, promovido pelo Horizonte 2020, explicita a UC em comunicado de imprensa.
O projecto DYNABrain visa o recrutamento para o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da UC de um grupo de investigação de excelência na área de neurociências de sistemas e computacionais, aplicadas ao estudo de doenças neuropsiquiátricas e neurodegenerativas.
Coordenado por Ana Luísa Carvalho, líder de grupo no CNC e docente no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, o projecto prevê, adicionalmente, a criação de “um programa doutoral em neurociências integrativas para a formação de investigadores de topo nesta área de investigação”.
O DYNABrain “recrutará um grupo de investigação na área de neurociências de sistemas e capitaliza na excelente capacidade de investigação existente na UC na área de neurociências celular e molecular e no estudo de doenças do cérebro”, refere Ana Luísa Carvalho.
“A área de neurociências de sistemas tira partido de avanços tecnológicos recentes que permitem identificar circuitos e redes neuronais na base do comportamento, e de que forma alterações na sua actividade estão relacionadas com doenças neuropsiquiátricas e com a fase inicial de doenças neurodegenerativas”, afirma a investigadora citada no comunicado. “O DYNABrain permitirá ainda optimizar a formação avançada na área de neurociências na UC.”
O projecto RESETageing, que tem como coordenador nacional Lino Ferreira, líder de grupo no CNC e investigador coordenador na Faculdade de Medicina da UC, foi financiado na categoria twinning, permitindo a várias instituições, “com diferentes competências e indicadores de desempenho, partilhar as melhores práticas entre si”.
Este projecto quer potenciar “as competências científicas e de inovação” da UC na área do “envelhecimento cardiovascular” - as doenças cardiovasculares são “a principal causa de morbilidade/mortalidade em Portugal”, destaca-se no comunicado.
Colaboram no RESETageing “três parceiros internacionais com elevado conhecimento na área do envelhecimento”: as universidades de Newcastle upon Tyne (Reino Unido) e de Maastricht (Países Baixos) e o Instituto do Envelhecimento de Leibniz - Instituto Fritz Lipmann (Alemanha).
Lino Ferreira nota que “o envelhecimento demográfico na Europa, e em particular em Portugal, tem vindo a acentuar-se ao longo dos anos. Em Portugal, por cada 100 jovens existem actualmente 154 idosos (em 1960 existiam apenas 27), por outro lado a esperança média de vida aumentou cerca de sete anos no mesmo período”.
Hoje, “uma pessoa com 65 anos vive, em média, mais 20 anos, no entanto apenas sete desses anos são anos de vida saudável. Durante os restantes anos, as pessoas sofrem múltiplas doenças e incapacidades, que têm um impacto significativo quer no seu bem-estar, quer nas economias das diferentes sociedades”, sublinha.
“Este é o segundo projecto de tipologia twinning no âmbito do programa Horizonte 2020 que a Universidade de Coimbra consegue captar financiamento, ambos na área das doenças cardiovasculares”, conclui o investigador.
Para Cláudia Cavadas, vice-reitora da UC para a área da investigação, “estes dois projectos vão permitir potenciar a investigação de excelência na UC, nomeadamente na área das neurociências e no envelhecimento cardiovascular”. O financiamento vai ainda, acrescenta, “contribuir para formar uma nova geração de jovens investigadores nessas áreas científicas, com uma componente de formação avançada noutras competências, nomeadamente relacionadas com a inovação e empreendedorismo”.