Whatever it takes”?

Até agora, tudo o que a presidente da Comissão prometeu é, no essencial, dinheiro que já existe. E que é manifestamente pouco: tirar daqui para dar ali.

1. Temos pela frente “a maior contracção da economia mundial desde a Grande Depressão”, escrevia ontem o Financial Times, analisando os últimos dados disponíveis. Não é nada de que não estivéssemos à espera. Nenhuma crise anterior teve, como esta, a capacidade para paralisar a economia, anulando as receitas conhecidas para travar a sua queda abissal. Na sexta-feira, o FMI avisou que esta recessão seria “muito pior” que a de 2008, que apenas não se transformou numa “Grande Depressão” porque as grandes economias tiveram a capacidade para pôr de pé gigantescos “pacotes” financeiros de ajuda à economia e porque o Estado Social próprio das sociedades modernas conteve os seus efeitos mais devastadores. É esta a situação. É a ela que os governos nacionais e as instituições europeias e internacionais têm de responder. O diagnóstico é fácil e não haverá hoje político europeu que não a descreva assim. Falta dar o passo seguinte. Não será com remédios e soluções do passado, mesmo aquelas que serviram para enfrentar a crise financeira e a crise do euro, que vai ser possível enfrentá-la. O problema é que, quando chegamos à fase das respostas, o discurso volta rapidamente ao modelo antigo. Na Europa, incluindo na Comissão Europeia, é isso que, persistentemente, estamos a ver acontecer.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

1. Temos pela frente “a maior contracção da economia mundial desde a Grande Depressão”, escrevia ontem o Financial Times, analisando os últimos dados disponíveis. Não é nada de que não estivéssemos à espera. Nenhuma crise anterior teve, como esta, a capacidade para paralisar a economia, anulando as receitas conhecidas para travar a sua queda abissal. Na sexta-feira, o FMI avisou que esta recessão seria “muito pior” que a de 2008, que apenas não se transformou numa “Grande Depressão” porque as grandes economias tiveram a capacidade para pôr de pé gigantescos “pacotes” financeiros de ajuda à economia e porque o Estado Social próprio das sociedades modernas conteve os seus efeitos mais devastadores. É esta a situação. É a ela que os governos nacionais e as instituições europeias e internacionais têm de responder. O diagnóstico é fácil e não haverá hoje político europeu que não a descreva assim. Falta dar o passo seguinte. Não será com remédios e soluções do passado, mesmo aquelas que serviram para enfrentar a crise financeira e a crise do euro, que vai ser possível enfrentá-la. O problema é que, quando chegamos à fase das respostas, o discurso volta rapidamente ao modelo antigo. Na Europa, incluindo na Comissão Europeia, é isso que, persistentemente, estamos a ver acontecer.