PSD e CDS remetem avaliação do Fidesz de Orbán para mais tarde
Rui Rio considera que os esforços devem estar concentrados no combate à pandemia
O PSD e o CDS remetem a avaliação sobre a expulsão do Fidesz – partido do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán – do Partido Popular Europeu (PPE) para mais tarde por considerarem que a prioridade actual é o combate à pandemia da covid-19.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O PSD e o CDS remetem a avaliação sobre a expulsão do Fidesz – partido do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán – do Partido Popular Europeu (PPE) para mais tarde por considerarem que a prioridade actual é o combate à pandemia da covid-19.
Esta é a posição assumida pelos dois partidos membros do PPE depois de questionados sobre o motivo pelo qual não assinaram uma carta subscrita por 13 partidos do PPE que apelavam à expulsão do Fidesz do grupo. Em causa está o prolongamento e a abrangência do estado de emergência decretado na Hungria a pretexto da covid-19 e que deu poderes plenipotenciários ao Governo liderado por Viktor Orbán.
O desrespeito pelos parâmetros da democracia que se agravou com a imposição do estado de emergência levou os 13 partidos - que incluem a Nova Democracia da Grécia mas não a CDU alemã ou o PP espanhol – a dirigir uma carta ao presidente do PPE, Donald Tusk.
Na passada quarta-feira, Rui Rio recebeu uma carta de Donald Tusk em que se mostrava preocupado com a situação da Hungria, mas que considerou ser agora o tempo de de ligar com a crise de saúde pública. “O presidente do PSD concorda com esta posição de Donald Tusk, entendendo que, no momento da reavaliação, deverá ser feito um balanço sobre a forma como foi gerido o estado de emergência na Hungria”, de acordo com uma resposta enviada ao PÚBLICO pela assessoria de imprensa do PSD sobre o motivo de Rui Rio não ter assinado a carta subscrita por outros 13 líderes partidários.
Na mesma linha, o eurodeputado Nuno Melo considerou que o CDS se junta “a todos os partidos do PPE que entendem dever a situação na Hungria e o respectivo estado de emergência ser debatida com carácter de urgência no partido”, depois de “superada a crise” a Europa atravessa e que “deve ser a prioridade política”. A posição foi expressa na rede social Twitter para a qual foi remetida a questão colocada pelo PÚBLICO.
Relativamente à Hungria, o eurodeputado do CDS escreveu ainda que a pandemia da covid-19 “é uma emergência mundial que deve manter os povos unidos no seu combate”, mas que “não pode ser utilizada como instrumento político para decisões de duvidoso espírito democrático”.
A próxima assembleia política do PPE - onde se discute a suspensão ou expulsão de um partido - está marcada para Setembro em Munique.