Apetece-lhe quebrar o isolamento? Leia!

Já chegou Abril, a Estação das Chuvas, mas as Noites Brancas continuam. Deve ser este o nosso Fado, Alexandrino, seguramente!

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Nuno Ferreira Santos

Segreda-me o Ulisses que vivemos Tempos Difíceis, em relação aos quais não acalentamos Grandes Esperanças.

A verdade faz-nos mais fortes

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Segreda-me o Ulisses que vivemos Tempos Difíceis, em relação aos quais não acalentamos Grandes Esperanças.

Afinal, falta-nos a Estrada de Sintra, no seu Mistério, e hesitamos entre a Cidade e as Serras. Talvez optemos por uma Volta ao Mundo em 80 Dias, embarcados nessa Jangada de Pedra que, se o vento estiver de feição, nos levará até à Costa dos Murmúrios.

Vivemos os tempos da Peste e tornámo-nos numa espécie de Estrangeiro de nós próprios. É como se vivêssemos Cem Anos de Solidão!

Podemos jogar ao Burro em Pé, sugerem, à Mãe, os Irmãos Karamazov. Talvez... À Noite Logo Se Vê.

Já chegou Abril, a Estação das Chuvas, mas as Noites Brancas continuam. Deve ser este o nosso Fado, Alexandrino, seguramente!

Estamos todos Pasmados, até o Rei, cuja Crónica falhou a Fernão Lopes, entretido com as Naus que, com toda a certeza, lhe haveriam de trazer A Relíquia.

Nestas Intermitências da Morte, sonhamos com uma Montanha que seja Mágica, ou com Paris, que Será Sempre uma Festa, como bem o pode atestar esse Espião que Saiu do Frio…

E a própria vida pode ser, toda ela, uma Fiesta, desde que o Jogador acerte na sua escolha entre o Vermelho e o Preto.

Claro que isto não é ideia que agrade à tia Júlia e ao Escrevedor, que contemplam, com desdém, a Fogueira de Vaidades em que se foi tornando o mundo.

Repare-se como já nem o Padre Amaro consegue escapar à tentação do Crime. Sofrerá o Castigo, como aconteceu com o Último dos Czares, condenado num sumaríssimo Auto dos Danados.

Talvez baste que me Digas Quem Sou, para que te dê o meu Amor, que jurarei de Perdição, e partiremos os dois para Brooklyn, em Loucuras mil. Contornaremos as Vinhas da Ira e seremos as personagens dessa Trilogia de Nova Iorque, onde Acabaremos De Vez Com a Cultura.

Saudoso da sua Casa da Rússia, o Coronel, a quem Ninguém Escreve, já não consegue esconder o seu Desespero. Mas sabe que tem de resistir, porque é a coragem que distingue Ratos e Homens.

Tinha um Gato, o coronel, mas o bichano partiu pelos ares, com uma Gaivota Que O Ensinou A Voar, acabando, ambos, por aterrar nesse Jardim das Tormentas, onde uma inquieta Madame de Bovary, aguarda as Cartas de Amor, escritas por um Velho, ao som de um bolero de Carlos Gardel, entretanto Morto.

Ainda se há-de cansar desse Engate e perguntar-se: afinal, De Que Falamos Quando Falamos de Amor? Aflige-se, a criatura, tantos são os Demónios que insistem em persegui-la.

Talvez a resgate… E nessa Insustentável Leveza do Ser, que é a nossa, Viajaremos por Portugal ou cruzaremos Vinte Mil Léguas Submarinas.

E não importa que sejam Fábulas… Nada importa, aliás, desde que Não nos Deixem Entrar Tão Depressa Nessa Noite Escura.