As artes plásticas não querem ser canceladas
O mercado da arte mundial, composto por artistas, curadores e coleccionadores globetrotters, está a testar novos modelos de exposição. O tubo de ensaio foi a Art Basel Hong Kong com a inauguração das Online Viewing Rooms. “É bom que haja arte a ser comprada!”, diz um dos vários curadores com quem falámos, além de galeristas e artistas. Com a partilha da experiência sensível suspensa, “uma exposição física” — expressão que até agora seria considerada redundante — passou a ser um território inacessível para (quase) todos.
A artista Sara Bichão abriu a 12 de Março a sua primeira exposição individual na Galeria Filomena Soares, em Lisboa, para ter de a fechar dois dias depois. Na véspera da declaração do estado de emergência, um amigo virtual comentou no Facebook que a galeria devia colocar a exposição online para permitir visitas virtuais. “Eu vou partilhando mais algumas imagens por aqui”, respondeu Sara Bichão, lembrando que no website da galeria já era possível encontrar a maior parte das fotografias. “Mas [esta] é uma exposição física. Espero que haja ainda a oportunidade de ser fisicamente visitada.”