Emissão de dívida a sete anos com taxa de juro próxima de 0,7%
Emissão sindicada encontra no mercado uma procura dos investidores que se situa já nos 30 mil milhões de euros. Tesouro deve emitir cerca de cinco mil milhões.
Com a procura dos investidores a ascender já a 30 mil milhões de euros, o Tesouro português deverá esta quarta-feira obter no mercado um financiamento de cinco mil milhões de euros a sete anos, pagando uma taxa de juro próxima dos 0,7%, naquela que é a primeira operação do género desde que os mercados financeiros internacionais caíram numa situação de forte turbulência por causa da pandemia do coronavírus.
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Com a procura dos investidores a ascender já a 30 mil milhões de euros, o Tesouro português deverá esta quarta-feira obter no mercado um financiamento de cinco mil milhões de euros a sete anos, pagando uma taxa de juro próxima dos 0,7%, naquela que é a primeira operação do género desde que os mercados financeiros internacionais caíram numa situação de forte turbulência por causa da pandemia do coronavírus.
De acordo com a agência Reuters, a emissão sindicada de dívida que está a ser lançada por Portugal está neste momento com uma taxa de juro indicativa de 86 pontos base acima do midswap, uma taxa de referência no mercado. No início da operação, a taxa estava 90 pontos base acima.
A concretizarem-se estes valores, o Tesouro poderá conseguir realizar esta emissão suportando uma taxa de juro próxima de 0,7%, sendo que até ao momento a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP ainda não indicou qual o montante que pretende emitir.
Uma taxa de juro de 0,7% fica ligeiramente acima dos 0,56% que se registam actualmente no mercado secundário nas taxas de juro da dívida pública a sete anos. E fica também acima da taxa conseguida na última emissão sindicada de dívida realizada por Portugal em Janeiro, antes da crise, que foi de 0,475%, mesmo sendo num prazo superior, a 10 anos.
Também de acordo com a Reuters, que cita um responsável de uma das entidades financeiras que estão a colocar em prática a operação, o Estado português deverá optar por realizar uma emissão de cinco mil milhões de euros.
Ao contrário de um simples leilão de dívida, o conjunto de bancos mandatado para fazer a operação avalia junto dos investidores os níveis de procura existente, uma forma de assegurar o sucesso de uma operação que normalmente envolve montantes bastante mais elevados do que os leilões regulares de dívida que se realizam depois.
No caso desta emissão sindicada, os bancos mandatados são, de acordo com a Reuters, o Caixa BI, Barclays, BBVA, Crédit Agricole CIB, JP Morgan e Morgan Stanley.
O IGCP viu-se forçado, devido aos efeitos económicos da pandemia e à necessidade do Estado de obter mais financiamento do que aquele que tinha previsto no início do ano, a rever as sua estratégia de emissões de dívida.
Na terça-feira, a agência liderada por Cristina Casalinho já tinha anunciado um reforço das suas emissões de obrigações e bilhetes do Tesouro durante o segundo trimestre do ano e esta quarta-feira, através de uma resolução Conselho de Ministros, o Governo aumentou para 89 mil milhões de euros o valor máximo das emissões que o IGCP está autorizado a realizar este ano. No caso das obrigações do tesouro, a autorização passou de 16,7 mil milhões para 25 mil milhões de euros.