Wimbledon cancelado pela segunda vez em 150 anos

Por enquanto, o Open dos EUA mantém intenção de organizar a prova na data prevista.

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Novak Djokovic em Wimbledon em 2019 LUSA/WILL OLIVER

Não foi de ânimo leve, até porque só por uma vez na história de Wimbledon o torneio não se realizou - entre 1940 e 1945, devido à II Grande Guerra Mundial. Mas a direcção do All England Club e a comissão de gestão do The Championships, cuja primeira edição data de 1877, anunciaram mesmo o cancelamento da prova, que deveria ter lugar entre 29 de Junho e 12 de Julho. A preocupação pela saúde pública devido à pandemia do coronavírus obrigou a organização do terceiro dos quatro torneios do Grand Slam da época a adiar a 134.ª edição para 2021.

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Não foi de ânimo leve, até porque só por uma vez na história de Wimbledon o torneio não se realizou - entre 1940 e 1945, devido à II Grande Guerra Mundial. Mas a direcção do All England Club e a comissão de gestão do The Championships, cuja primeira edição data de 1877, anunciaram mesmo o cancelamento da prova, que deveria ter lugar entre 29 de Junho e 12 de Julho. A preocupação pela saúde pública devido à pandemia do coronavírus obrigou a organização do terceiro dos quatro torneios do Grand Slam da época a adiar a 134.ª edição para 2021.

Dos mais velhos – como Roger Federer e Serena Williams que, aos 38 anos, ainda procuram aumentar o número de títulos do Grand Slam – aos mais novos – como o italiano Jannik Sinner, de 18 anos, que recentemente confessou ter o sonho de derrotar Federer em Wimbledon – todos compreenderam a decisão, aguardada há alguns dias.

E no seguimento da decisão do All England Club, também a federação internacional (ITF) e os circuitos profissionais masculino (ATP) e feminino (WTA) anunciaram o prolongamento da suspensão de todas as provas oficiais até 13 de Julho. Ou seja, o cancelamento de toda a época de relva, durante a qual se deveriam realizar os torneios em ‘s-Hertogenbosch (ATP e WTA), Estugarda (ATP), Queen’s (ATP), Halle (ATP), Maiorca (ATP), Eastbourne (ATP e WTA), Nottingham (WTA), Birmingham (WTA), Berlim (WTA) e Bad Homburg (WTA), além das provas do Challenger Tour (ATP) e ITF World Tennis Tour. Contudo, a organização do torneio de Maiorca avisou que ainda pondera a realização noutra data em 2020.

“Agradecemos o apoio da ATP, WTA e ITF nesta decisão, e dos nossos amigos e parceiros que organizam estes eventos de relva, tão importantes na preparação para Wimbledon”, frisou o director-executivo Richard Lewis. Uma frase que remete para a decisão unilateral do Torneio de Roland Garros de adiar a prova francesa do Grand Slam para 20 de Setembro, sobrepondo-se a outros torneios dos circuito ATP e WTA e à Laver Cup, disputada entre selecções da Europa e resto do mundo.

Se, em 1940, a notícia do cancelamento do torneio de Wimbledon mereceu somente meia dúzia de linhas nos jornais norte-americanos, ontem, a federação de ténis dos EUA (USTA) emitiu igualmente um comunicado, a reiterar a intenção de organizar o Open dos EUA na data prevista, entre 31 de Agosto e 13 de Setembro, embora, frisando que se mantém atenta ao desenrolar dos acontecimentos derivados da pandemia e aos conselhos das autoridades do país.

Durante os seis anos de interrupção do Torneio de Wimbledon, o All England Club participou no esforço de guerra, disponibilizado as suas instalações para vários fins, como simulações de defesa civil e militar, albergou veículos de emergência, uma unidade de descontaminação e criou uma pequena quinta, para criação de animais e plantação de vegetais.

Desta vez, o All England Club voltou a disponibilizar as suas instalações ao serviço nacional de saúde britânico e outras entidades que combatem o COVID-19 e ajuda na distribuição de equipamento médico e comida.

Nos EUA, o espaço onde se encontram os courts cobertos do Billie Jean King National Tennis Center, palco do Open dos EUA, está neste momento a ser preparado para receber 350 camas para as vítimas do coronavírus.

Embora de importância secundária, resta saber se irá haver medidas para compensar os muitos atletas, em especial os classificados fora do top-100, que sem poderem competir, não têm possibilidade de ganhar dinheiro.