Associações pedem a autarquias que comprem espaço publicitário a jornais locais
Associação Portuguesa de Imprensa e Associação de Imprensa de Inspiração Cristã sugerem que câmaras municipais e juntas de freguesia comprem espaço publicitário nos jornais regionais durante um ano. Proposta prevê que autarquias possam ocupar esse espaço “com as mensagens e campanhas que entendam”.
A Associação Portuguesa de Imprensa e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã enviaram cartas a todos os presidentes de câmaras municipais e juntas de freguesia do país com uma proposta de um “plano de emergência” para salvaguardar a sustentabilidade financeira dos jornais locais. Os dois órgãos estão a solicitar às autarquias que, em articulação com as diferentes publicações regionais, comprem espaço publicitário durante um ano (uma página por edição no caso das câmaras e um quarto de página por edição no das juntas).
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A Associação Portuguesa de Imprensa e a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã enviaram cartas a todos os presidentes de câmaras municipais e juntas de freguesia do país com uma proposta de um “plano de emergência” para salvaguardar a sustentabilidade financeira dos jornais locais. Os dois órgãos estão a solicitar às autarquias que, em articulação com as diferentes publicações regionais, comprem espaço publicitário durante um ano (uma página por edição no caso das câmaras e um quarto de página por edição no das juntas).
“Independentemente de todos os outros apoios que se consigam, parece-nos que esta medida será uma forma de proporcionar, de imediato, algum suporte às tesourarias dos jornais para que consigam manter a publicação”, pode ler-se no comunicado emitido pelas associações – que, sublinham, sugerem que as autarquias devem, depois, poder gerir e ocupar esse espaço comprado “com as mensagens e campanhas que entendam”. “Pensamos que se trata de uma proposta exequível e justa, uma vez que será um modo de apoiarem os jornais da sua região, que tanto contribuem para o respectivo desenvolvimento”, concluem estas entidades.
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) tem apelado ao Governo português que aprove, “o quanto antes”, um “pacote de apoios à comunicação social, sob pena de o sector colapsar no actual contexto de epidemia”. Segundo este órgão, “a quebra em receitas publicitárias, o adiamento de investimentos ou projectos editoriais e o decréscimo nas vendas de publicações periódicas vão acentuar-se” nos próximos meses, agravando, em muitos casos, uma situação que já era “débil”. Entre outras medidas, e para além de fazer esforços no sentido de proteger os postos de trabalho já existentes, o SJ espera que o Estado consiga reunir os meios necessários para ajudar os trabalhadores precários, “assegurando-lhes um rendimento mínimo”.
Paula Sofia Luz, do SJ, conta ao PÚBLICO que estes pedidos de ajuda ainda não tiveram resposta. “Esperemos que o cenário mude de figura, porque a situação começa a ficar aflitiva”, sublinha a jornalista, que refere existirem já “vários títulos regionais a suspender temporariamente as edições impressas”. São, por exemplo, os casos do Correio da Feira, da Defesa de Espinho ou do Jornal do Centro, mas, garante a representante do sindicato, há muitos mais. “Têm fechado a conta-gotas.” A maior parte mantém a publicação online, mas a falta do papel traz problemas que a esfera digital não consegue colmatar. Regra geral, “a população idosa deixa de ter o seu acesso primário às histórias sobre o que está a passar na sua terra”. “Como se não bastasse estarem em isolamento social, ficam também em isolamento informativo.”
Apoio a privados nos Açores e limitação dos postos de venda na Madeira
Nos Açores, já foram acordadas medidas de “apoio excepcional”. Em Abril e Maio, os órgãos de comunicação social privados do arquipélago vão receber ajudas do executivo “no valor de 90% da retribuição mínima mensal regional por trabalhador com contrato de trabalho”. Uma almofada financeira destinada a evitar despedimentos em massa nessas redacções.
O Governo da Madeira tinha proibido o “comércio de jornais e revistas” em locais abertos ao público, tais como os tradicionais quiosques ou ainda as tabacarias, decidindo dar continuidade apenas às distribuições porta a porta, mas, esta tarde, voltou atrás com a decisão. Esses estabelecimentos voltam a poder funcionar, mas a permanência de clientes no seu interior não é permitida, pelo que os produtos devem ser colocados à porta, evitando aglomerados de pessoas.
Texto editado por Ana Fernandes