O que devem comer as crianças em tempo de isolamento? A DGS explica

Fomentar bons hábitos de alimentação, em tempos excepcionais, contrariando o sedentarismo. É esta a preocupação do novo manual da DGS para pais, professores e crianças — e também elas são chamadas a participar.

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Um frigorífico variado e saudável pode contrariar o sedentarismo Andre Rodrigues

Comer bem não tem de ser difícil e estabelecer ementas saudáveis não tem de ser, apenas, tarefa dos adultos. Os mais novos também podem ser envolvidos neste processo, propõe o novo manual de alimentação lançado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), cujo mote é “vamos pôr a alimentação saudável em casa”.

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Comer bem não tem de ser difícil e estabelecer ementas saudáveis não tem de ser, apenas, tarefa dos adultos. Os mais novos também podem ser envolvidos neste processo, propõe o novo manual de alimentação lançado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), cujo mote é “vamos pôr a alimentação saudável em casa”.

Entre o encerramento das escolas, primeiro, e o isolamento em casa, depois, há dois níveis de problemas: a montante, as crianças deixaram de comer na escola — onde a alimentação é, em tese, equilibrada — e de fazer actividade física. A jusante, experienciam a alteração dos hábitos de compra de alimentos por parte dos pais. E isto, por extensão, poderá significar problemas de saúde e ganho de peso em tempos de maior sedentarismo.

Os alimentos certos e o cuidado com a publicidade

A primeira preocupação da DGS é apelar às famílias para que dêem primazia às frutas e aos legumes, à água em vez de bebidas açucaradas, evitar snacks, equilibrar a presença de lacticínios e percorrer toda a roda dos alimentos de maneira equilibrada.

Não abdicar de carne e peixe, alimentos que permitem estar mais tempo sem fome, é outra das prioridades é isto que evitará a tradicional “corrida ao petisco” a cada hora, lembra a DGS.

Em matéria de ementa semanal, que deve ser elaborada com a participação das crianças, a DGS propõe uma checklist para usar como barómetro de uma ementa semanal saudável. A saber:

  • A ementa tem feijão, grão ou ervilhas em algumas refeições da semana?
  • O peixe faz parte de, pelo menos, metade das refeições?
  • A fruta é a sobremesa de quase todas as refeições?
  • Tenho refeições com massa, arroz ou batata e vou variando durante a semana?
  • A sopa de legumes está sempre presente?
  • A água é a bebida de todas as refeições?

Além dos hábitos alimentares, o manual dedica, também, um capítulo a alertar para os malefícios da publicidade consumida pelos jovens. A DGS aponta que “os produtores de alimentos hipercalóricos e com elevadas quantidades de açúcar e gordura são aqueles que mais investem em publicidade”, estando estes alimentos como bolachas, refrigerantes, chocolates ou cereais à mercê de crianças que, nesta fase, são (ainda) mais consumidoras de televisão, Internet e redes sociais.

As crianças também podem ajudar

O manual sugere ainda oito actividades que permitem a encarregados de educação e professores estes à distância envolverem as crianças no processo de alimentação saudável.

Como fazer a ementa semanal, como escolher os alimentos no supermercado (o manual ensina a ler rótulos nutricionais), como organizar o frigorífico e ainda algumas propostas de como envolver as crianças na elaboração de pratos simples como sopa, refeições de enlatados ou iogurtes. Porque comer bem não tem de ser difícil e o processo nutricional não tem de ser só dos adultos.