Bolsas arrancam negativas com petróleo em mínimo de 17 anos
Sinais de divisão na União Europeia sobre as soluções para lidar com a recessão económica dão pouca confiança aos investidores no arranque de mais uma semana nos mercados.
As bolsas europeias arrancaram a perder valor nesta segunda-feira, prolongando a queda de sexta-feira e espelhando o pessimismo dos investidores numa Europa dividida sobre a forma como lidar com uma crise de saúde pública que já custou milhões de empregos e cujo impacto ainda é difícil de avaliar.
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As bolsas europeias arrancaram a perder valor nesta segunda-feira, prolongando a queda de sexta-feira e espelhando o pessimismo dos investidores numa Europa dividida sobre a forma como lidar com uma crise de saúde pública que já custou milhões de empregos e cujo impacto ainda é difícil de avaliar.
Em Lisboa, o índice de referência PSI 20 abriu a cair 0,64%, para 3.917,47 pontos.
Em destaque estava o BCP, que recuava 1,71% para 0,10 euros (depois da desvalorização de 4% na sexta-feira, ao ter anunciado o cancelamento do dividendo referente a 2019).
A Galp estava a perder 2,24% para 9,5 euros, num momento que o petróleo afunda para mínimos de 17 anos, abaixo dos 24 dólares. A Jerónimo Martins também abriu a cair 0,59%, para 15,99 euros.
O índice pan-europeu Stoxx 600 também seguia a descer, pressionado pelas empresas do sector energético e pelo pessimismo relativamente à forma como a União Europeia está a lidar com a crise do novo coronavírus.
No fim-de-semana, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen voltou a acicatar os ânimos ao afirmar, em entrevista à agência de notícias alemã DPA, que os “coronabonds” (os títulos de dívida europeus defendidos por países como Portugal, Espanha, Itália e França) como um “mero slogan”.
Depois destas declarações, a chefe do executivo comunitário acabaria por emitir um comunicado garantindo que Bruxelas vai apresentar uma revisão da sua proposta para o próximo quadro financeiro plurianual (2021-27) para encaixar um pacote de estímulos que permitam enfrentar as consequências da crise da covid-19 e assegurou ainda que não exclui “nenhuma opção dentro dos limites dos tratados”.
Um balanço feito no domingo pela AFP dava conta de mais de 700 mil infectados pela covid-19 e 33 mil vítimas mortais da doença.
Na Ásia, os mercados fecharam em queda. O mercado japonês caiu 3,7% e o de Hong Kong recuou 1,9%. Em Pequim, a queda foi 1,4%.
Os futuros dos índices norte-americanos apontavam, no entanto, para as aberturas positivas em Wall Street do Dow Jones, S&P500 e Nasdaq, apesar de terem estado a desvalorizar cerca de 1% no domingo à noite.
Petróleo em mínimo de 17 anos
Enquanto o novo coronavírus arrasa as economias mundiais fazendo antever uma queda abrupta da procura de petróleo, a Rússia e a Arábia Saudita prosseguem um braço de ferro que parece não ter fim.
Em Londres, o barril de brent estava a tocar mínimos de 17 anos, com uma queda de 6,2%, para 23,38 dólares, com a perspectiva de o mercado ser inundado em breve por mais produção saudita.
Nos Estados Unidos, os futuros do WTI chegaram a negociar abaixo dos 20 dólares por barril, nos 19,90 dólares.