O rapaz muito alto e muito louro está encostado ao balcão do bar, observando curioso a actividade na pista de dança. Nela, dançam alguns grupos em roda, dança muito empenhado um homem maduro de mochila às costas. Há movimentos bem oleados, há movimentos desengonçados. Há, acima de tudo, uma energia que transborda da mesa onde a DJ opera para a sala que acolhe aquele som onde o semba se acelera e desconjunta em novas formas, onde o kuduro se liquefaz em ondulação electrónica, com memórias tradicionais a aflorar – e não são os são-tomenses África Negra que ouvimos em determinado momento? – entre o som elástico da percussão. Um presente intenso com sede de futuro.
Opinião
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