Avião partiu de Caracas com 18 portugueses repatriados
Regresso da Venezuela é feito via Madrid e, depois, de autocarro já autorizado até Portugal.
Um voo da companhia aérea Plus Ultra partiu esta quinta-feira do Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, norte de Caracas, capital venezuelana, com 18 portugueses que pediram para ser repatriados, confirmaram à Lusa fontes diplomáticas e aeroportuárias.
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Um voo da companhia aérea Plus Ultra partiu esta quinta-feira do Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía, norte de Caracas, capital venezuelana, com 18 portugueses que pediram para ser repatriados, confirmaram à Lusa fontes diplomáticas e aeroportuárias.
O voo, que estava inicialmente previsto para terça-feira, foi organizado por Espanha, para transportar cidadãos europeus, entre eles portugueses, que tinham ficado retidos na Venezuela devido à restrição de voos decorrente da pandemia do novo coronavírus.
O avião partiu de Maiquetía depois das 17:00 locais (21:00 e
Antes de embarcar, um dos passageiros, Jerónimo Neves, explicou à agência Lusa que o grupo de portugueses estava a ser acompanhado pelas autoridades consulares locais ortuguesas, salientando que “foram de grande ajuda”.
“Dos consulados de Caracas e Valência estiveram a acompanhar-nos e também do consulado [honorário em Maracay]. Vamos para Madrid e daí apanharemos um autocarro até Lisboa. Já temos o salvo-conduto para isso”, declarou.
“Ao chegar a Portugal, como vou de fora e entraremos pela Espanha, deveremos fazer quarentena, devido ao coronavírus”, referiu.
Jerónimo Neves explicou que viajou desde Maracay (a 110 quilómetros a oeste de Caracas) na manhã de quinta-feira e que pôde aceder ao aeroporto por ter um salvo-conduto emitido pelo Ministério de Defesa da Venezuela, país em quarentena preventiva e restringiu a circulação de pessoas e viaturas.
Natural de Vila do Conde, Jerónimo Neves faz parte de um grupo de seis portugueses que viajaram para Caracas no dia 11 de Março e tinham regresso marcado para 15, data em que a Venezuela já tinha suspendido os voos e encerrado as fronteiras.
“Somos seis pessoas, cinco da família e um amigo. Fomos “agarrados” aqui por uma situação muito triste, lamentável”, disse Jerónimo Neves à Lusa, explicando que um dos seus filhos, que estava de férias na Venezuela, morreu subitamente e tiveram de esperar pelos familiares para fazer a cremação.
Jerónimo Neves adiantou que o voo de 15 de Março, na Ibéria, via Madrid, Espanha, através do qual esperava chegar a Portugal, foi cancelado e tiveram de comprar novos bilhetes para a transportadora Air Europa, que também cancelou o voo.
“Nós pagámos duas vezes o regresso, mas não acredito que as companhias nos reembolsem o dinheiro”, afirmou, sublinhando que esta situação os deixou também em dificuldades económicas.
Jerónimo Neves referiu que é diabético e hipertenso e que levou medicamentos para apenas os quatro dias da viagem, tendo tido dificuldades em conseguir localmente o que precisava.
Aos deputados da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva confirmou que a entrega, por mala diplomática, de medicamentos á comunidade portuguesa naquele país foi interrompida. “Ainda não há solução”, admitiu, então o chefe da diplomacia.