Coronavírus: Bolsonaro volta a subestimar pandemia e diz que nada acontece com brasileiros
“Eu acho que não vai chegar a esse ponto [situação dos Estados Unidos]. Até porque o brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada”, afirmou o Presidente brasileiro. Brasil tem 77 mortes e quase 3000 infectados.
O Presidente do Brasil voltou a subestimar, na quinta-feira, a pandemia da covid-19 ao afirmar que o contágio no país não se assemelhará ao dos Estados Unidos porque “nada acontece com os brasileiros”. “Eu acho que não vai chegar a esse ponto [situação dos Estados Unidos]. Até porque o brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. O sujeito pula num esgoto e sai mergulhando, não acontece nada com ele”, disse Jair Bolsonaro à imprensa brasileira, em frente do Palácio da Alvorada, a residência oficial em Brasília.
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O Presidente do Brasil voltou a subestimar, na quinta-feira, a pandemia da covid-19 ao afirmar que o contágio no país não se assemelhará ao dos Estados Unidos porque “nada acontece com os brasileiros”. “Eu acho que não vai chegar a esse ponto [situação dos Estados Unidos]. Até porque o brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega nada. O sujeito pula num esgoto e sai mergulhando, não acontece nada com ele”, disse Jair Bolsonaro à imprensa brasileira, em frente do Palácio da Alvorada, a residência oficial em Brasília.
“Acho até que muita gente já foi infectada aqui no Brasil, há poucas semanas ou meses. Eles já têm anticorpos, o que ajuda a não proliferar isso daí [coronavírus]”, acrescentou Bolsonaro, que por várias vezes subestimou a pandemia, chegando a classificá-la de “gripezinha”.
Mais tarde, na habitual transmissão de vídeo em directo na rede social Facebook, o Presidente do Brasil voltou a criticar o isolamento social e o encerramento de comércios decretado por alguns estados do Brasil, afirmando que “a neurose” vai levar ao desemprego e prejudicar a economia do país. “Essa neurose de fechar tudo não está a dar certo. Para combater o vírus, estão a matar o paciente. Sem dinheiro, você morre de fome, tem depressão, suicídio, vem a violência. Quanto maior o desemprego, maior a violência”, advertiu Bolsonaro. De acordo com o chefe de Estado, a eventual “onda de desemprego” gerada pelo isolamento social terá efeitos mais graves do que o próprio coronavírus.
“Temos que nos preocupar com a vida sim, mas com empregos também. O vírus vem e vai. Eu não critico todos os governadores, eu critico alguns poucos governadores que erraram na dose. Todos estamos preocupados com a vida, queremos que não haja mortes (...) Para 90% da população esse vírus não será quase nada. Essa onda [coronavírus] vai passar. O que não pode chegar é a onda de desempregos, essa demora para passar”, sublinhou.
Na terça-feira, Jair Bolsonaro gerou polémica junto da classe médica e política do Brasil ao pedir às autoridades estaduais e municipais a reabertura de escolas e comércio, e o fim do “confinamento em massa”. “Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o encerramento do comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, porquê fechar escolas”, questionou o Presidente, sublinhando que o país deve “voltar à normalidade”.
O isolamento social, cancelamento de eventos, encerramento de museus, cinemas e restrição de serviços não essenciais estão entre as principais recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter o avanço do novo coronavírus. Já Bolsonaro defende o isolamento apenas para grupos de risco, como idosos e pacientes com doenças crónicas.
Na quinta-feira, o número de mortos causados pela covid-19 aumentou para 77, anunciou o Ministério da Saúde brasileiro. O país conta ainda 2915 infetados, indicou, no dia em que a chegada da pandemia ao território brasileiro completou um mês. Segundo o Governo brasileiro, todas as regiões do Brasil identificaram mortes pela covid-19.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000. Vários países adoptaram medidas excepcionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.