Há extensões de saúde a encerrar para centralizar resposta à pandemia
Administração Regional de Saúde do Centro garante que medida é temporária e que postos voltarão a abrir quando passar o período crítico. O mesmo acontece noutros pontos do país.
Os habitantes de Vila Faia andam preocupados. Há muito que ouvem falar da possibilidade de encerramento da extensão de saúde daquela freguesia de Pedrogão Grande e desta vez deverá mesmo acontecer a partir de segunda-feira. Mas a medida é temporária, garantem as autoridades.
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Os habitantes de Vila Faia andam preocupados. Há muito que ouvem falar da possibilidade de encerramento da extensão de saúde daquela freguesia de Pedrogão Grande e desta vez deverá mesmo acontecer a partir de segunda-feira. Mas a medida é temporária, garantem as autoridades.
Questionada pelo PÚBLICO, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) explica que, “no âmbito do plano de contingência, foi necessário reorganizar os cuidados de saúde primários a nível a de equipamentos e recursos humanos”. Ressalva, no entanto, que “o encerramento temporário das unidades de saúde é da competência dos agrupamentos de centros de saúde (ACES)”.
André Nunes, de Vila Facaia, conta que “as pessoas estão com receio de que [as autoridades] estejam a usar este pretexto para que feche e depois não volte a reabrir”. O presidente da Junta de Freguesia, José Henriques, diz que procurou garantias da ARSC, que lhe terá assegurado que o espaço voltaria a abrir portas quando o período crítico passar. Por enquanto, o único médico de Vila Facaia vai para o centro de saúde de Pedrogão Grande, afirma.
Mas a situação não é ímpar, menciona o autarca. Na vizinha freguesia da Graça, também a extensão de saúde deverá encerrar e há notícia de vários postos de Alcobaça, por exemplo, que seguem caminho semelhante. Nesse caso, também o Agrupamento de Centros de Saúde do Oeste Norte determinou o encerramento de sete extensões de saúde, numa lógica de reorganização de pessoal e recursos. Também no Norte do país foram tomadas medidas semelhantes, como é o caso de Viana do Castelo.
Como o encerramento temporário é da responsabilidade dos ACES, a ARSC não tem, para já, disponível um número de quantas extensões de saúde está previsto encerrarem durante este período de resposta à covid-19, mas a autoridade refere que “os utentes não ficam sem alternativas”.
“Nesta altura, os utentes são aconselhados a contactar preferencialmente, por telefone, a sua equipa de saúde familiar visto que a sua unidade de saúde continua aberta”, menciona fonte oficial da ARSC. “Foram disponibilizados números para o efeito”, acrescenta.
A autoridade de saúde da região Centro garante que estes postos de menor dimensão serão reabertos quando o período crítico de resposta à pandemia passar.