O antes e depois de Lisboa, (mais) uma cidade em estado de emergência
Percorrer as ruas de Lisboa significa encontrá-las desertas. Como tantas outras, a cidade fechou-se em casa após o decreto do estado de emergência. O objectivo é claro: lutar contra o surto de coronavírus. As imagens mostram o antes e depois de uma cidade em isolamento.
Olhamos para as cidades desertas e já não nos surpreendemos. Começou por acontecer lá fora: vimos as ruas de Praga, Cairo, Madrid, ou Najaf a esvaziar; antes, o mesmo tinha acontecido na China, Itália ou no Irão. E desde 18 de Março, acontece também em Portugal.
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Olhamos para as cidades desertas e já não nos surpreendemos. Começou por acontecer lá fora: vimos as ruas de Praga, Cairo, Madrid, ou Najaf a esvaziar; antes, o mesmo tinha acontecido na China, Itália ou no Irão. E desde 18 de Março, acontece também em Portugal.
Já vimos imagens de um Porto abandonado e, desta vez, o fotojornalista do PÚBLICO Nuno Ferreira Santos mostra como Lisboa luta contra o surto de coronavírus. O vazio é o mesmo, num cenário diferente.
Na Rua Augusta, as lojas estão fechadas e as esplanadas foram recolhidas. Mesmo que estivessem abertas, não haveria pessoas para nelas se sentarem — assim dita o estado de emergência e sublinha o alerta laranja, anunciado esta quarta-feira, 25 de Março, pela Protecção Civil, para os distritos de Porto, Aveiro e Lisboa.
Mais à frente, na Praça do Comércio, repete-se a imagem: os tuk tuk desapareceram, as pessoas que costumavam aguardar na paragem também. E até os horários dos transportes públicos são mais escassos: a Carris anunciou na terça-feira que os autocarros passariam a operar com os horários de sábado também nos dias úteis. No dia anterior, o Metropolitano de Lisboa tinha anunciado a mesma medida: mesmo à semana, vigoram os horários do fim-de-semana.
Já não há quem contemple o rio, nem turistas de câmara na mão. Não os vemos na Praça do Comércio, nem no Miradouro de Santa Luzia. E a fila para entrar no Castelo de São Jorge também desapareceu: o espaço encerrou ainda antes do decreto do estado de emergência, no dia 16 de Março, por ser “uma forma de apoio à dispersão de turistas pela cidade”.
É mais uma cidade em suspenso, à espera de retomar a normalidade. Já não se sobe e desce a calçada da Avenida da Liberdade, acabaram-se os passeios a pé ou de bicicleta na Avenida Brasília ou as conversas no Largo do Chafariz de Dentro. É uma cidade que, como tantas outras, vive dentro de casa.