Músicas do Mundo de Sines cancelado. Outros festivais na expectativa
A 22.ª edição do Festival Músicas do Mundo, que deveria acontecer de 18 a 25 de Julho, fica sem efeito. Rock In Rio Lisboa ou Nos Primavera Sound do Porto, que acontecem em Junho, equacionam todos os cenários perante a incerteza da evolução da pandemia.
O Festival Músicas do Mundo (FMM), que iria decorrer em Sines e Porto Covo entre 18 e 25 de Julho, não terá lugar este ano, soube o PÚBLICO, pelas razões de saúde pública que têm levado ao cancelamento de tantos outros eventos musicais pelo globo fora.
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O Festival Músicas do Mundo (FMM), que iria decorrer em Sines e Porto Covo entre 18 e 25 de Julho, não terá lugar este ano, soube o PÚBLICO, pelas razões de saúde pública que têm levado ao cancelamento de tantos outros eventos musicais pelo globo fora.
O festival, que cumpriria este ano a sua 22.ª edição, contava no cartaz com nomes como o duo maliano Amadou & Mariam que iria actuar ao lado do grupo de gospel Blind Boys of Alabama; também a cantora folk norte-americana Rhiannon Giddens, o espanhol Niño de Elche, o britânico Nitin Sawhney, a brasileira Ava Rocha, a chilena Mon Laferte, a palestiniana Rasha Nahas ou os jamaicanos Third World eram presenças confirmadas.
Numa comunicação enviada a meio da tarde desta quinta-feira a organização sustenta que não estão “reunidas as condições sanitárias e logísticas necessárias”, para a realização do evento. “Um festival que envolve a participação de artistas de todo o mundo, muitos deles de países em que a pandemia ainda se poderá agravar ao longo dos próximos meses, não seria uma experiência segura para quem nela participasse dos dois lados do palco”, é dito, acrescendo que, “tratando-se de um festival em recinto aberto, vivido nos centros urbanos de Sines e Porto Covo, em contacto com a população, o perigo de propagação do vírus seria redobrado.” Em breve serão disponibilizadas informações sobre o reembolso dos bilhetes adquiridos.
Em relação ao leque de outros grandes festivais de música que se realizam em Portugal, o panorama é de grande indefinição, pela incerteza da evolução da pandemia. Os promotores não estão apenas dependentes das medidas estatais impostas mas também da vontade dos artistas, com muitos deles a cancelarem de mote próprio as suas agendas.
Foi isso que aconteceu esta quarta-feira com a cantora Camila Cabello, que comunicou o adiamento da sua digressão, o que implica o cancelamento do concerto que daria no Rock in Rio Lisboa. O festival, que está agendado para os dias 20, 21, 27 e 28 de Junho, com um cartaz de que constam Black Eyed Peas, Foo Fighters, Duran Duran ou Post Malone, é outro dos grandes eventos de massas que está a ponderar todas as situações: realização, cancelamento e adiamento. Ninguém arrisca um cenário definitivo, mas a hipótese de cancelamento, tendo em atenção o cenário actual, é plausível, apesar de, naturalmente, a organização não ter suspendido os procedimentos organizativos e de promoção normais, tendentes à realização do festival.
Em situação semelhante encontra-se o Nos Primavera Sound do Porto, marcado para 11, 12 e 13 de Junho, assumindo a organização que é cada vez mais diminuta a hipótese de se realizar na data prevista. “Estamos a ver com muita dificuldade a possibilidade de o festival se realizar em Junho”, disse ao PÚBLICO, há uma semana, José Barreiro, director do festival. Também neste caso se trabalha nos mais diferentes cenários, entre eles a possibilidade de adiamento para depois do Verão.
Para já, quanto aos grandes acontecimentos musicais que se realizam em Julho, como o festival Nos Alive ou o Super Bock Super Rock, a situação é também de expectativa, não existindo quaisquer alterações e estando tudo dependente de como evoluírem os acontecimentos em torno da pandemia. Mas o cancelamento do FMM, que também aconteceria em Julho, vem mostrar que todo o calendário de festivais, para os próximos meses, pode vir a sofrer grandes alterações.
Notícia actualizada às 17h30 com as afirmações constantes no comunicado da organização