Autarca diz que casos em Ovar são mais do que os oficiais. Costa responde que informação da DGS é “credível”

Primeiro-ministro explica que os números da Direcção-Geral de Saúde são os fornecidos pelos médicos.

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Salvador Malheiro relata que estão a surgir casos "muito graves" em Ovar ADRIANO MIRANDA

O presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, relatou uma disparidade de mais 46 casos entre o número de infectados no município e os dados oficiais. Num post publicado esta terça-feira à noite no Facebook, o autarca escreveu que a situação em Ovar “continua muito complicada” e pediu ajuda ao Ministério da Saúde.

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O presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, relatou uma disparidade de mais 46 casos entre o número de infectados no município e os dados oficiais. Num post publicado esta terça-feira à noite no Facebook, o autarca escreveu que a situação em Ovar “continua muito complicada” e pediu ajuda ao Ministério da Saúde.

O município de Ovar está em isolamento sanitário desde a semana passada depois de ter sido decretada a calamidade pública na zona por existir perigo para a saúde pública.

Salvador Malheiro, que é também vice-presidente do PSD, relatou, no Facebook, que o número actualizado de infectados pela Covid-19 confirmados no município é de 101 bem diferente dos 55” anunciados nesta terça-feira. “A situação em Ovar continua muito complicada e começam a aparecer doentes infectados em estado grave e muito grave”, escreveu, pedindo ajuda ao Ministério da Saúde.

Esta quarta-feira de manhã, o primeiro-ministro António Costa, questionado pelos jornalistas sobre esta disparidade de casos, respondeu que “os números da direcção-geral de Saúde são a agregação” dos dados que cada médico insere numa plataforma. “A direcção-geral de Saúde não produz números. Todos os números que inscrevemos aparecem mesmo lá”, afirmou. “É com base nessa informação, que é credível, que podemos trabalhar”, acrescentou.

Na conferência de imprensa diária do ministério da Saúde, o secretário de Estado António Lacerda Sales, na sua declaração inicial, referiu que “os dados divulgados pela direcção geral de Saúde, reportam ao dia anterior” e que “é natural que quando são apresentados a realidade possa ter mudado” e que “quem está no terreno possa ter uma percepção diferente do boletim epidemiológico”. O governante apelou aos médicos que prossigam as notificações dos casos. “Este gesto dos profissionais de saúde facilita a transparência do processo que é um bem que pretendemos preservar e garantir aos cidadãos”, afirmou.