A Europa arrisca-se a falhar a sua maior prova de vida
Perante uma crise que “levou três semanas a abater-se sobre as economias”, quando a Grande Depressão ou a Grande Recessão “levaram três anos”, tudo o que se pode esperar dos líderes europeus parece estar agora no domínio dos milagres.
1. Nem sequer vale a pena tentar dourar a pílula. Foram suficientemente parcos e ambíguos os resultados da reunião do Eurogrupo de terça-feira passada para que dela tivesse saído um qualquer sinal positivo de que a União Europeia vai conseguir sobreviver a este tremendo abalo que corre o risco de transformar a crise do euro numa boa recordação. A carta que nesta quarta-feira os chefes de Estado e de governo de nove países da União, incluindo Portugal, enviaram ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, é já a resposta preventiva à tibieza das decisões do Eurogrupo e às profundas divisões que pôs a nu. Contém uma mensagem essencial: a única forma de evitar as consequências assimétricas de uma crise que é comum a todos e que não é culpa de ninguém estará na possibilidade de poder emitir dívida conjunta – os “coronabonds” –, mesmo que limitada ao esforço suplementar de endividamento que os países vão ter de fazer para suster as respectivas economias num nível de contracção humanamente suportável.
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1. Nem sequer vale a pena tentar dourar a pílula. Foram suficientemente parcos e ambíguos os resultados da reunião do Eurogrupo de terça-feira passada para que dela tivesse saído um qualquer sinal positivo de que a União Europeia vai conseguir sobreviver a este tremendo abalo que corre o risco de transformar a crise do euro numa boa recordação. A carta que nesta quarta-feira os chefes de Estado e de governo de nove países da União, incluindo Portugal, enviaram ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, é já a resposta preventiva à tibieza das decisões do Eurogrupo e às profundas divisões que pôs a nu. Contém uma mensagem essencial: a única forma de evitar as consequências assimétricas de uma crise que é comum a todos e que não é culpa de ninguém estará na possibilidade de poder emitir dívida conjunta – os “coronabonds” –, mesmo que limitada ao esforço suplementar de endividamento que os países vão ter de fazer para suster as respectivas economias num nível de contracção humanamente suportável.