Reserva Federal anuncia compra ilimitada de dívida
Autoridade monetária norte-americana tenta travar efeitos negativos do coronavírus na economia com garantia de que irá fazer tudo o que for preciso.
Com o Congresso a adiar a aprovação do lançamento de estímulos orçamentais à economia e os mercados mais uma vez a darem sinais de nervosismo, a Reserva Federal norte-americana (Fed) viu-se forçada esta segunda-feira de manhã, antes da abertura da bolsa em Wall Street, a assegurar, de uma forma nunca antes vista, que as suas rotativas de imprimir dinheiro vão estar a funcionar à maior velocidade possível.
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Com o Congresso a adiar a aprovação do lançamento de estímulos orçamentais à economia e os mercados mais uma vez a darem sinais de nervosismo, a Reserva Federal norte-americana (Fed) viu-se forçada esta segunda-feira de manhã, antes da abertura da bolsa em Wall Street, a assegurar, de uma forma nunca antes vista, que as suas rotativas de imprimir dinheiro vão estar a funcionar à maior velocidade possível.
A entidade liderada por Jerome Powell anunciou que, a partir de agora, irá comprar tantos títulos de dívida pública norte-americana quantos forem necessários para fazer face aos impactos económicos e financeiros do novo coronavírus.
Na semana passada, a Fed tinha anunciado um programa de compra de activos de grande dimensão, no valor de 700 mil milhões de dólares de dívida pública e de 200 mil milhões de dólares de dívida privada, mas passados apenas oito dias chegou à conclusão que terá de ir ainda mais longe, optando por não colocar agora qualquer limite à sua acção.
Para além disso, o banco central norte-americano decidiu lançar uma série de programas de apoio às empresas, grandes e pequenas. “É necessário realizar esforços agressivos nos sectores público e privado para limitar as perdas de empregos e rendimentos e para promover uma retoma rápida assim que as disrupções abaterem”, disse a Fed em comunicado, garantindo que irá “usar toda a sua gama de poderes para providenciar um apoio poderoso aos fluxos de crédito para as economias e negócios”.
Esta segunda-feira, as bolsas europeias abriram a sessão a registar quedas acentuadas, antecipando-se já um cenário semelhante em Wall Street quando se der início às negociações. Um dos motivos para este ambiente negativo é o facto de, nos EUA, Democratas e Republicanos não se estarem a conseguir entender relativamente à aprovação do pacote de estímulos orçamentais de cerca de um bilião de dólares que a administração Trump está a propor.