Coronavírus: PAN pede ao Governo projecto para acompanhamento de idosos

PAN pede uma rede de apoio que garanta o contacto e apoio de proximidade a todas as pessoas com mais de 65 anos, em particular as que se encontram em condições de isolamento geográfico e social.

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O novo coronavírus infectou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo Miguel Manso

O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) vai apresentar na Assembleia da República uma resolução que recomenda ao Governo a implementação de um projecto que permita o acompanhamento de idosos durante a pandemia de covid-19.

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O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) vai apresentar na Assembleia da República uma resolução que recomenda ao Governo a implementação de um projecto que permita o acompanhamento de idosos durante a pandemia de covid-19.

Em comunicado, o partido dá conta de que vai entregar, “com carácter de urgência, um projecto de resolução no qual recomenda ao Governo que considere o alargamento a todo o país de iniciativas como o projecto Radar, actualmente em prática em Lisboa, com o objectivo de sinalizar população com mais de 65 anos.

O PAN defende “que seja posto em prática a muito curto prazo um projecto que garanta o contacto e apoio de proximidade a todas as pessoas com mais de 65 anos, em particular as que se encontram em condições de isolamento geográfico e social”.

Citada no comunicado, a líder parlamentar do PAN assinala que, “neste período particularmente difícil, o Governo deve equacionar seriamente a possibilidade de replicar os trâmites deste tipo de projectos a todo o país, com as devidas adaptações às necessidades específicas da situação” actual, salientando que “entrarão em vigor medidas mais restritivas em matéria de direitos e liberdades dos cidadãos”.

O objectivo do partido é que estas pessoas estejam, “não só devidamente informadas e perfeitamente identificadas, bem como as condições em que se encontram”.

Os deputados do PAN consideram igualmente que “são precisas respostas de modo a que consigam ver asseguradas as suas necessidades básicas, para mais em face do contexto actual, sem descurarem a sua segurança e saúde”.

Assim, os parlamentares instam o Governo a reforçar “as medidas de prevenção e de protecção da população mais vulnerável à covid-19, como as pessoas idosas, mediante a promoção de medidas que minimizem o impacto do isolamento social”.

O grupo parlamentar nota que esta medida é mais premente “após a declaração do estado de emergência”, em vigor a partir desta quinta-feira.

“O PAN pretende ainda que o Governo rapidamente venha dar nota sobre que medidas estão equacionadas e a ser adoptadas no plano de assistência às pessoas idosas no país”, acrescenta o comunicado, salientando que “mais do que nunca é importante que esta população saiba identificar as fontes de informação fidedignas e as equipas que possam deslocar-se às suas casas”.

Inês Sousa Real advoga igualmente que “o alargamento de medida de protecção social dirigida aos idosos é tão ao mais premente nesta fase particularmente difícil quando o é num futuro não muito distante, dado que todas as projecções estatísticas prevêem que, até ao final do século, Portugal seja o Estado da União Europeia com mais pessoas acima dos 65 anos em relação à população em idade activa, à excepção da Grécia”.

Apontando que, “segundo os dados mais recentes da operação Censos Sénior, da GNR, são 41.868 os idosos a viverem sozinhos ou isolados em todo o país”, a deputada sublinhou que “em causa estão idosos que vivem sozinhos e/ou isolados ou em situação de vulnerabilidade devido à sua condição física, psicológica ou outra que possa colocar a sua segurança em causa”.

“E é relativamente a esta franja da população que, no contexto deste surto e em virtude da declaração do estado de emergência aprovada no parlamento, ganha acrescida urgência a tomada de medidas”, defende Inês Sousa Real, vincando que “o Estado e as autarquias locais têm aqui um papel fundamental e o dever especial de proteger estas pessoas”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infectou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 9000 morreram. O surto começou na China, em Dezembro, e espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) elevou esta quinta-feirao número de casos confirmados de infecção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decretou o estado de emergência na quarta-feira - aprovado pelo Parlamento, depois de parecer favorável do executivo - que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que seja justificada.