Coronavírus: ANIMAL quer que “assistência a terceiros” inclua animais

Organização diz estar preocupada com os cuidados a prestar a animais de colónias na rua e abrigos.

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Organização pede a Governo para incluir animais na "assistência a terceiros" Nelson Garrido

A organização ANIMAL quer que a “assistência a terceiros” permitida em estado de emergência inclua os animais e pediu aos grupos parlamentares para alertarem o Governo sobre as situações de vulnerabilidade “neste momento de crise”.

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A organização ANIMAL quer que a “assistência a terceiros” permitida em estado de emergência inclua os animais e pediu aos grupos parlamentares para alertarem o Governo sobre as situações de vulnerabilidade “neste momento de crise”.

Em comunicado, a organização diz estar preocupada com os cuidados a prestar a animais de colónias na rua e abrigos.

Na nota divulgada esta quinta-feira, a ANIMAL adianta ter contactado no início desta semana, e também durante o dia de quarta-feira, os grupos parlamentares, pedindo para que fizessem as diligências necessárias no sentido de alertar o Governo sobre situações de vulnerabilidade com animais.

“Enviámos também a mesma exposição ao Senhor Director-Geral de Alimentação e Veterinária. Precisamos que haja uma mensagem clara que permita que quem, por exemplo, cuida de colónias de animais na rua ou que trabalha ou faz voluntariado em abrigos de animais, possa continuar a fazê-lo”, explica na nota a presidente da organização.

Rita Silva diz estar a receber muitas mensagens de pessoas receosas pelos animais que delas dependem.

“É muito importante confirmar que a “assistência a terceiros” permitida em Estado de Emergência possa incluir animais. Aguardamos respostas com urgência”, sublinha.

Na nota, a organização lembra que tem divulgado nos últimos dias uma série de cartazes informativos intitulada “covid-19 e os seus animais”, na tentativa de desmistificar algumas ideias preconcebidas e responder a muitas questões que lhe têm chegado.

“A organização tenta apelar ao bom senso da comunidade neste momento de incerteza e de perturbação, aconselhando, por exemplo, a que as pessoas tenham uma rede de contactos organizada para o caso de se verem impossibilitadas de tratarem dos seus animais devido a uma hospitalização, ainda que em regime domiciliário”, é ainda referido.

A Assembleia da República aprovou na quarta-feira o decreto de declaração do estado de emergência que lhe foi submetido pelo Presidente da República com o objectivo de combater a pandemia de covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.

O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23h59 de 2 de Abril, segundo o decreto publicado na quarta-feira em Diário da República que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório compulsivo dos cidadãos em casa e restrições à circulação na via pública, a não ser que tenham justificação.

O Conselho de Ministros aprova esta quinta-feira as medidas que concretizam o estado de emergência proposto pelo Presidente.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infectou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8750 morreram. Das pessoas infectadas, mais de 84 mil recuperaram da doença.

Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) elevou quarta-feira o número de casos confirmados de infecção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

Dos casos confirmados, 553 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).