Não, não estamos em guerra (voltamos é a ser Sísifo)
Uma das grandes ironias da covid-19 é, pelo menos nesta fase, estar a afectar gravemente as áreas mais ricas e mais desenvolvidas da Europa e do mundo. São estas as que mostram uma nova fragilidade, inimaginável até há pouco tempo.
1. Políticos, jornalistas e médicos usam demasiadas vezes uma linguagem bélica para mobilizar a população na luta contra a pandemia da covid-19. Na imprensa, é usual lermos ou ouvirmos declarações de que “estamos em guerra” ou estamos a “lutar pela nossa sobrevivência”. É certo que é uma metáfora, mas é uma metáfora desproporcionada e provavelmente contraproducente, pois pode incutir também sentimentos negativos no ser humano e na sociedade: o medo do outro, o outro como inimigo — o portador o vírus.
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1. Políticos, jornalistas e médicos usam demasiadas vezes uma linguagem bélica para mobilizar a população na luta contra a pandemia da covid-19. Na imprensa, é usual lermos ou ouvirmos declarações de que “estamos em guerra” ou estamos a “lutar pela nossa sobrevivência”. É certo que é uma metáfora, mas é uma metáfora desproporcionada e provavelmente contraproducente, pois pode incutir também sentimentos negativos no ser humano e na sociedade: o medo do outro, o outro como inimigo — o portador o vírus.