Vendas da Sonae subiram 9,2% no último ano para 6435 milhões
O negócios do retalho, onde se inclui a rede de hipermercados, registou o maior crescimento da última década, com vendas a atingir o recorde de 4,7 mil milhões. Dividendo sobe 5% para 0,463 euros por acção.
No primeiro exercício com a assinatura de Cláudia Azevedo, o volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 9,2% para 6435 milhões de euros em 2019. Numa apresentação de resultados limitada ao comunicado divulgado ao mercado, sem a habitual conferência de imprensa por causa das medidas de contingência relativas ao covid-19, a nova CEO, que sucedeu a Paulo Azevedo, seu irmão, e Ângelo Paupério, refere que “é com enorme entusiasmo e sentido de responsabilidade” que escreve a sua primeira carta enquanto presidente executiva da Sonae.
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No primeiro exercício com a assinatura de Cláudia Azevedo, o volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 9,2% para 6435 milhões de euros em 2019. Numa apresentação de resultados limitada ao comunicado divulgado ao mercado, sem a habitual conferência de imprensa por causa das medidas de contingência relativas ao covid-19, a nova CEO, que sucedeu a Paulo Azevedo, seu irmão, e Ângelo Paupério, refere que “é com enorme entusiasmo e sentido de responsabilidade” que escreve a sua primeira carta enquanto presidente executiva da Sonae.
O entusiasmo decorre do facto de “liderar um portefólio de negócios com posições tão relevantes e com desafios tão interessantes em cada um dos seus contextos sectoriais”, escreve na missiva.
Mas se o início da mensagem foi de forte entusiasmo, o final mostrou alguma apreensão com os impactos do covid-19, que “serão provavelmente profundos, generalizados e duradouros”. Apesar de ainda se estar no início do surto, a gestora destaca, “com orgulho”, que os colaboradores do grupo “estão a ser verdadeiros heróis”. E que a Sonae tudo fará para proteger os seus colaboradores, “enquanto dá resposta às necessidades das comunidades que serve”.
No último exercício, que decorreu em condições normais, comparativamente com o momento actual, a Sonae (proprietária do PÚBLICO) registou uma “melhoria da rentabilidade operacional em todos os negócios, com o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subjacente a aumentar 22,2%, para 599 milhões de euros”. Para este crescimento contribuiu a consolidação integral da Sonae Sierra. Sem isso, o volume de negócios e o EBITDA subjacente teriam crescido significativamente quando comparados com 2018, em 7% e 14%.
O resultado líquido atribuível aos accionistas totalizou 165 milhões de euros, um montante que fica 20,2% abaixo dos 2017 milhões de euros registados em 2018. A queda é explicada pelos resultados extraordinários do exercício anterior.
Ainda assim, o dividendo proposto é de 0,463 euros por acção (+5% que no ano anterior), correspondendo a um dividend yield de 5,1% no final de 2019.
O investimento realizado ascendeu a 399 milhões de euros, mais de um milhão de euros por dia, maioritariamente em crescimento orgânico e em aquisições. Neste domínio destaca-se “a expansão do parque de lojas da Sonae MC, com a abertura de 124 novas lojas operadas pela empresa (onde se incluem 13 Continente Bom Dia e 3 Continente Modelo), mas também algumas aquisições importantes, como a participação de 60% na rede de parafarmácias e cosmética espanhola Arenal (Sonae MC), a iServices (Worten), duas empresas de serviços (Sonae Sierra) e várias participações em empresas de base tecnológica (Sonae IM)”, lê-se no comunicado.
No último ano, a Sonae criou mais de 1100 postos de trabalho, sobretudo no retalho, área que registou um recorde de vendas.
A empresa destaca que “a dívida líquida diminuiu 167 milhões de euros, memos 12,7% em termos homólogos, para 1150 milhões de euros”. Ainda neste domínio, adianta que “foi capaz de manter um custo de dívida baixo, que se situou em 1,2%, e um perfil de maturidade média superior a quatro anos”.
Crescimento em todos os negócios
Nos diferentes negócios, destaca-se a Sonae MC, que terminou o ano com um volume de negócios de 4,7 mil milhões de euros, um crescimento de mais de 9% em termos homólogos. A margem EBITDA subjacente deste segmento de negócio situou-se em 10,2%, mais 0,4 pontos percentuais.
No retalho de electrónica, a Worten terminou o ano com um volume de negócios de 1,1 mil milhões de euros e um crescimento muito ligeiro de 0,2%, numa base comparável. As vendas online cresceram 30%, “sustentando de forma sólida o progresso da sua estratégia de transformação digital, com o marketplace a ter um contributo essencial”.
A Sonae Fashion termina o ano com aumento de 5% das vendas. E a ISRG (Iberian Sports Retail Group, que junta a Sport Zone e a JD Sports) registou um crescimento de 16,1% no seu volume de negócios, para 676 milhões de euros.
Também a Sonae FS cresceu a dois dígitos (20%), com o cartão Universo a atingir 858 mil clientes. Já a Sonae IM manteve “uma gestão activa de portefólio”, com a entrada no capital social de sete empresas, três das quais em fase embrionária (“seed”), e a conclusão da venda da WeDo e da Saphety”.
Por último, no segmento dos centros comerciais, a Sonae Sierra continuou “a estratégia de reciclagem de capital”, com o volume de negócios a ascender a 223 milhões de euros e o resultado directo a aumentar 2,2% para 68 milhões de euros.
O grupo beneficiou ainda da evolução positiva dos resultados da NOS, que é consolidada pelo método da equivalência patrimonial.