Coronavírus: EUA vão oferecer cheques para as famílias consumirem
Notícias de plano de um bilião de dólares de Trump não impedem nova queda a pique no valor das acções em Wall Street
A Casa Branca prepara-se para lançar um pacote de apoio à economia de um bilião de dólares, com metade deste valor destinado ao envio, em duas ocasiões nos próximos meses, de cheques a cada família americana, numa tentativa de estimular o consumo e contrariar os efeitos recessivos cada vez mais evidentes na economia.
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A Casa Branca prepara-se para lançar um pacote de apoio à economia de um bilião de dólares, com metade deste valor destinado ao envio, em duas ocasiões nos próximos meses, de cheques a cada família americana, numa tentativa de estimular o consumo e contrariar os efeitos recessivos cada vez mais evidentes na economia.
O plano da administração Trump, que terá de passar ainda pela aprovação do Congresso, estava inicialmente pensado para um montante de 850 mil milhões de dólares, mas nas últimas 24 horas, foi decidido reforçar as verbas disponíveis, até ao bilião de dólares (cerca de 920 mil milhões de euros).
A principal medida de estímulo à economia, no valor de 500 mil milhões de dólares (cerca de 460 mil milhões de euros), consiste na entrega directa de dinheiro às famílias norte-americanas.
De acordo com The New York Times, a ideia em cima da mesa é fazer chegar esse rendimento extra em duas vagas. O primeiro cheque chegará às famílias no próximo dia 6 de Abril e o segundo a 18 de Maio. O valor de cada cheque do rendimento e do número de membros da família.
A expectativa da Casa Branca é a de que, com este rendimento extra, os americanos não deixem cair os seus níveis de consumo, numa altura em que se teme que, com o fecho de fábricas, escritórios e lojas, se registe um aumento do nível do desemprego.
A segunda metade do pacote de medidas é destinada às empresas, e à semelhança do que está a acontecer em diversos países europeus, o apoio é feito através da abertura de linhas de crédito que permitam aos diversos negócios fazerem face aos seus compromissos, numa altura em que registam dificuldades, não só em vender os seus bens e serviços, como em produzi-los.
Será lançada uma linha de crédito destinada às empresas com menos de 500 funcionários, com o empréstimo a corresponder a seis semanas de despesas com pessoal, com um valor máximo de 1540 dólares (cerca de 1420 euros) por trabalhador. A condição para as empresas acederem a esta linha é a de continuarem a pagar aos seus trabalhadores pelo menos durante as oito semanas seguintes ao recebimento do empréstimo.
Os restantes 200 mil milhões de dólares do plano destina-se a sectores específicos afectados pela crise, com destaque para as companhias aéreas.
As notícias sobre este plano, de cada vez maior dimensão, não chegaram para acalmar os investidores dos mercados financeiros nos EUA. A bolsa de Nova Iorque voltou esta quinta-feira a abrir em forte queda, chegando a uma desvalorização de 7% que provocou, mais uma vez, a suspensão automática das transacções durante 15 minutos, um procedimento de segurança para casos excepcionais que se tem vindo a tornar um hábito durante os últimos dias.
Apesar dos planos de estímulo em preparação pela Casa Branca e das medidas de grande dimensão da Reserva Federal, a rápida expansão do vírus nos EUA e a constatação de que o efeito na economia será profundo e possivelmente prolongado está a assustar os investidores e a desencadear comportamentos em massa de fuga dos mercados.