Um consultório literário pelo telefone servirá “aspirinas para quebras de coragem”
O Teatro Viriato, a associação Prado e a livraria Poesia Incompleta lançam, na semana em que se comemora o Dia Mundial da Poesia, “uma linha para responder às nossas angústias”. O primeiro a atender será o livreiro Changuito, mas mais tarde serão chamados actores, filósofos, editores, outros escritores e críticos.
Durante as próximas semanas, livreiros, actores, editores, escritores, críticos e filósofos estarão disponíveis para “consultas privadas de 15 minutos” no Consultório Literário, uma iniciativa lançada pelo Teatro Viriato, pela associação Prado e por Changuito, o livreiro da Poesia Incompleta. Não está definido “a que ritmo nem até quando” irá durar a iniciativa, que começa a funcionar esta quinta-feira, dia 19.
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Durante as próximas semanas, livreiros, actores, editores, escritores, críticos e filósofos estarão disponíveis para “consultas privadas de 15 minutos” no Consultório Literário, uma iniciativa lançada pelo Teatro Viriato, pela associação Prado e por Changuito, o livreiro da Poesia Incompleta. Não está definido “a que ritmo nem até quando” irá durar a iniciativa, que começa a funcionar esta quinta-feira, dia 19.
Certo é que a primeira edição decorrerá na semana em que se comemora o Dia Internacional da Poesia, 21 de Março, e quer provar que “a poesia é a distância mais curta entre dois corpos”. Intitula-se SOS Poesia Incompleta – há aproximadamente 47 séculos a responder a angústias, conta com a participação do livreiro Changuito da Livraria Poesia Incompleta e dura até sábado. As sessões diárias, desta “linha para a qual poderá ligar para apaziguar as suas inquietações” decorrem sempre entre as 14h e as 16h. Mas é necessária uma inscrição prévia: as reservas para a participação no evento podem ser feitas de segunda a sexta-feira, entre as 13h e as 19h, para o número de telefone 924454409.
Numa altura “em que somos todos chamados a cuidar do outro através das mais variadas formas”, o Teatro Viriato convida os diferentes públicos “a embarcarem numa viagem cultural a partir de suas casas”, explica em comunicado e também no site e nas redes sociais a instituição de Viseu.
“Se a montanha não puder vir ao Teatro, o Teatro deslocar-se-á à montanha. Foi este o nosso mote assim que suspendemos a programação face à evolução do novo coronavírus em Portugal e que agora materializamos numa programação online e por telefone, que procura manter-nos a todos ligados”, adianta o comunicado.
Serão “diagnósticos rigorosos, aspirinas para quebras de coragem, tratamentos de longa duração a vários volumes para chatices crónicas; questionários de Proust ou de Petrarca; check-ups (rapidinhos) literários ou aconselhamentos profundos para novas vidas vocabulares (e outras), tudo depende das dores que trouxer para estas consultas”, acrescenta, citada no comunicado, a nova directora artística do Teatro Viriato, Patrícia Portela. “Moinhas filosóficas, dúvidas carnais, urgências existenciais ou simplesmente inesperadas solidões em tempos difíceis como estes podem ser apaziguadas, e quem sabe até resolvidas, com uma simples leitura mágica, ou dois dedos de boa conversa.”
Após a realização de cada edição do Consultório Literário, será publicada uma “acta das dores públicas” onde constará uma lista dos autores que participaram e das obras lidas e comentadas. “A boa literatura, como se sabe, é a melhor auto-ajuda e a melhor receita para a alma”, conclui a directora artística do Viriato, também ela autora de várias obras, como Odília ou a História das Musas Confusas do Cérebro (2007), Para Cima e não para Norte (2008), Banquete (2012, finalista do Grande Prémio de Romance e novela APE) ou Dias Úteis (2017).