Infarmed reafirma que não há evidência que ibuprofeno agrave infecção

A Autoridade do Medicamento reiterou hoje que não existe evidência clínica que a toma de ibuprofeno esteja relacionada com o agravamento da infecção por covid-19.

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Rui Gaudêncio

O Infarmed reiterou nesta terça-feira que não existe evidência clínica de que a toma de ibuprofeno esteja relacionada com o agravamento da infecção por coronavírus. “Tal como afirmou o porta-voz da Organização Mundial de Saúde, Dr. Cristian Lindemeier, numa conferência de imprensa recente, não existem dados clínicos que comprovem existir uma relação entre a toma de ibuprofeno e o agravamento de covid-19”, lê-se no comunicado do Infarmed.

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O Infarmed reiterou nesta terça-feira que não existe evidência clínica de que a toma de ibuprofeno esteja relacionada com o agravamento da infecção por coronavírus. “Tal como afirmou o porta-voz da Organização Mundial de Saúde, Dr. Cristian Lindemeier, numa conferência de imprensa recente, não existem dados clínicos que comprovem existir uma relação entre a toma de ibuprofeno e o agravamento de covid-19”, lê-se no comunicado do Infarmed.

As preocupações sobre os efeitos de ibuprofeno em pacientes com covid-19 surgiram depois com o alerta deste fim-de-semana do ministro da Saúde francês, Olivier Véran, contra a ingestão de medicamentos anti-inflamatórios (como o ibuprofeno) por agravarem os sintomas do novo coronavírus. Tem como base um estudo recente publicado na revista científica Lancet que avança com a hipótese de que uma das enzimas estimuladas pela ingestão de anti-inflamatórios pode piorar as infecções pelo novo coronavírus com base em observação de pacientes na China. Os próprios investigadores, notam, no entanto que as hipóteses “estão ainda por confirmar” e os pacientes observados também tinham diabetes ou hipertensão.

“Estamos a estudar o assunto para poder dar mais orientações”, assegurou o porta-voz da OMS Christian Lindmeier, questionado sobre estudo durante uma conferência de imprensa em Genebra, na Suíça. “Entretanto, recomendamos que se tome paracetamol, e que não usem ibuprofeno como uma forma de auto-medicação”, disse Lindmeier.

O responsável da OMS, frisou, no entanto que não há provas de que seja necessário descontinuar medicação que tenha sido prescrita por profissionais de saúde. O paracetamol também só deve ser tomado de acordo com as doses recomendadas, uma vez que em grandes quantidades pode ser prejudicial para o fígado.

O Infarmed já tinha enviado um comunicado a confirmar que “não existem, actualmente, dados científicos que confirmem um possível agravamento da infecção por covid-19 com a administração de ibuprofeno” no seguimento do alerta inicial do ministro de Saúde francês.

Há também uma mensagem de voz falsa a circular na Internet que fala dos resultados de um estudo da Universidade de ​Wien, em Viena na Áustria, que a instituição já disse não existir

A possível relação entre o agravamento das infecções e a toma de ibuprofeno está a ser avaliada pelo Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento e espera-se uma conclusão em Maio. “A Agência Europeia de Medicamentos, em articulação com as agências nacionais e a rede de chefes das Agências de Medicamentos da União Europeia, encontra-se a analisar esta situação, sendo expectável uma tomada de posição conjunta e consolidada a nível da União Europeia, que será partilhada em breve com a comunicação social e com os cidadãos”, refere o Infarmed no comunicado de hoje, garantindo que vai continuar a acompanhar a situação.