Vice-presidente da Câmara da Guarda fica sem pelouros por perda de confiança política
Presidente do município retirou a confiança política e os pelouros ao número dois alegando que o seu vice não estava a cumprir bem as suas funções e falando em “deslealdade institucional”.
O social-democrata Sérgio Costa anunciou nesta terça-feira que cessou as funções de vice-presidente e de vereador a tempo inteiro na Câmara Municipal da Guarda, após o presidente lhe ter retirado os pelouros e a confiança política.
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O social-democrata Sérgio Costa anunciou nesta terça-feira que cessou as funções de vice-presidente e de vereador a tempo inteiro na Câmara Municipal da Guarda, após o presidente lhe ter retirado os pelouros e a confiança política.
Sérgio Costa, que divulgou um comunicado sobre o assunto, disse à agência Lusa que deixou hoje o gabinete no edifício dos Paços do Concelho e que vai continuar a participar nas reuniões do executivo, mas “como vereador sem pelouros”. O ex-vice-presidente do maior município do distrito da Guarda vai regressar às funções de técnico superior de engenharia na empresa Águas do Vale do Tejo.
Segundo Sérgio Costa, no dia 10 de Março, o presidente da autarquia, Carlos Chaves Monteiro, convocou uma reunião com deputados municipais e presidentes de junta eleitos pelo PSD, onde anunciou que tinha retirado os pelouros e a confiança política ao vice-presidente. O visado assegura que teve conhecimento do assunto pela comunicação social local e através de um email "com o despacho” do líder do executivo, que recebeu na tarde do dia seguinte.
De acordo com a imprensa local, o social-democrata Carlos Chaves Monteiro alegou que tomou a decisão porque o vice-presidente não cumpriu bem as funções atribuídas e por “deslealdade institucional”.
Em comunicado hoje divulgado, Sérgio Costa, que foi eleito nas listas do PSD em 2013, quando Álvaro Amaro conquistou pela primeira vez a autarquia ao PS, explica que na semana passada ficou a saber, “não através de qualquer debate interno, mas por decisão unilateral de quem tem poderes legais para isso”, que a sua acção política “devia ser interrompida na forma em que vinha a desenvolvê-la em prol da Guarda”.
“Mas cá continuarei com a mesma dedicação, competência e lealdade com a Guarda no desempenho das minhas funções e sempre a pugnar pelo projecto político iniciado em 2013 e reforçado em 2017”, promete, referindo que a sua convicção “mantém-se inabalável” em relação ao desenvolvimento da cidade, do concelho e das suas freguesias e aldeias.
O ex-vice-presidente deixa claro que nunca hesitará “em colocar a Guarda acima de quaisquer interesses pessoais ou político-partidários”. “É esse princípio que norteará toda a política a partir de agora. (...) O meu lugar de vereador será instrumental para que possa continuar a trabalhar até ao limite das minhas forças naquilo que a todos deve unir, ou seja, a Guarda. É essa a minha responsabilidade. Irei assumi-la sempre e sabemos que na democracia é mesmo assim”, remata.
A Comissão Política da Secção do PSD da Guarda lamenta o sucedido, referindo em comunicado que “sempre defendeu publicamente a necessidade de cumprimento do mandato de todos os eleitos na Câmara Municipal e Assembleia Municipal, numa óptica de compromisso e respeito pela escolha dos guardenses”. O PSD garante que “a governabilidade do município não está, nem estará em causa” e que é responsabilidade de Carlos Chaves Monteiro “assegurar a coesão do executivo, o que naturalmente acontecerá com os eleitos do PSD”.