Coronavírus: milhões em isolamento obrigatório na Califórnia, no dia em que Trump endureceu o discurso
Presidente dos Estados Unidos apresentou uma série de “regras orientadoras” mais restritivas, que contrastam com as suas mensagens anteriores. Na Califórnia, surgiram as primeiras ordens de recolhimento em todo o país.
O aumento do número de casos do novo coronavírus nos Estados Unidos levou o Presidente norte-americano, Donald Trump, a deixar de sugerir que a situação é menos alarmante do que dizem os jornais, e a aparecer de semblante carregado nas conferências de imprensa na Casa Branca. O novo sentimento de urgência nos Estados Unidos é agora mais notório na Califórnia, onde sete milhões de pessoas receberam ordens para não saírem de casa nas próximas semanas.
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O aumento do número de casos do novo coronavírus nos Estados Unidos levou o Presidente norte-americano, Donald Trump, a deixar de sugerir que a situação é menos alarmante do que dizem os jornais, e a aparecer de semblante carregado nas conferências de imprensa na Casa Branca. O novo sentimento de urgência nos Estados Unidos é agora mais notório na Califórnia, onde sete milhões de pessoas receberam ordens para não saírem de casa nas próximas semanas.
Esta terça-feira, horas depois de o Presidente norte-americano ter corrigido os conselhos de um dos seus maiores apoiantes, num raro momento de cordialidade com uma jornalista da CNN, a Casa Branca anunciou que vai pedir ao Congresso 850 mil milhões de dólares para tentar impedir uma recessão na economia.
A mudança de tom no discurso do Presidente norte-americano ficou patente numa conferência de imprensa na Casa Branca, na segunda-feira, em que anunciou um novo conjunto de orientações ao país para os próximos 15 dias. Na lista das novas “regras orientadoras” estão conselhos como evitar reuniões com mais de dez pessoas e não frequentar bares e restaurantes.
Confrontado com os conselhos em sentido oposto do congressista Devin Nunes, do Partido Republicano, que encorajou os cidadãos a fazerem uma vida normal, Trump começou por dizer que não tinha ouvido essas declarações, mas acabou por corrigir o seu apoiante.
“Eu não concordaria com ele. Neste momento não existe uma ordem, mas acho que é melhor não o fazer”, disse o Presidente norte-americano, salientando que são essas as recomendações dos “profissionais”.
Há dez dias, durante uma visita às instalações do Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças, em Atlanta, Trump invocou a sua curiosidade e a sua “habilidade natural” como ferramentas importantes para enfrentar a situação: “Eu gosto destas coisas. E percebo mesmo disto. As pessoas ficam surpreendidas por eu perceber. Todos estes médicos perguntaram-me como é que eu sei tanto sobre isto. Se calhar tenho uma habilidade natural. Se calhar devia ter feito isto em vez de me candidatar a Presidente.”
Enquanto a Casa Branca e o Congresso tentam chegar a acordo para minimizar os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia do país, alguns estados começam a reforçar as suas medidas de restrição para tentarem controlar o aumento alarmante de novos casos nos últimos dias.
Na Califórnia, um estado habituado a lidar com as trágicas consequências de terramotos e incêndios que ficaram na História, os sete milhões de habitantes de seis condados da região da Bay Area, em São Francisco, receberam ordens para ficarem em casa nas próximas semanas.
A medida entrou em vigor às 0h de terça-feira e é a primeira do género nos Estados Unidos, onde o estado mais afectado, Washington, ainda não recomendou o isolamento em casa de toda a população.
O surto na região de São Francisco inclui a famosa meca da tecnologia, Silicon Valley, e está a alarmar as autoridades locais. O condado de Santa Clara, um dos que receberam ordem de isolamento, tem 138 dos 392 casos confirmados em toda a Califórnia, e quatro das 11 mortes. Em todo o país, de acordo com os números nesta terça-feira, há 4661 casos confirmados e cem mortes.
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