Coronavírus: Cinemas Nos, a maior cadeia de salas portuguesa, fecham nesta segunda-feira

São 219 ecrãs por todo o país que se apagam nesta segunda-feira na sequência das medidas de contenção contra o coronavírus. CinemaCity, UCI e Medeia encerraram também entretanto as suas salas.

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Marton Monus/EPA

A Nos Cinemas vai encerrar os seus 31 cinemas e 219 salas em todo o país devido à pandemia do novo coronavírus, anunciou a empresa esta segunda-feira. A medida surge depois do primeiro fim-de-semana de auto-isolamento de muitos portugueses e na sequência do apertar das regras de funcionamento de espaços como os centros comerciais, em que muitos dos cinemas da maior rede de salas portuguesa estão integrados. Durante a tarde desta segunda-feira também as cadeias UCI e Medeia fecharam as suas salas. Já na manhã de terça-feira, os CinemaCity fecharam portas por “período indeterminado”.

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A Nos Cinemas vai encerrar os seus 31 cinemas e 219 salas em todo o país devido à pandemia do novo coronavírus, anunciou a empresa esta segunda-feira. A medida surge depois do primeiro fim-de-semana de auto-isolamento de muitos portugueses e na sequência do apertar das regras de funcionamento de espaços como os centros comerciais, em que muitos dos cinemas da maior rede de salas portuguesa estão integrados. Durante a tarde desta segunda-feira também as cadeias UCI e Medeia fecharam as suas salas. Já na manhã de terça-feira, os CinemaCity fecharam portas por “período indeterminado”.

“Esta medida entra em vigor hoje, dia 16 de Março, e será aplicada pelo tempo que se justificar. A Nos Cinemas continuará a acompanhar o evoluir da situação”, indica a empresa em comunicado. A mesma Nos recorda que estavam “em vigor medidas de prevenção” como “a redução da capacidade das salas em 50% até um máximo de 150 pessoas por sala” ou “o reforço da limpeza e higienização”, anunciadas na sexta-feira. Mas “a empresa decidiu que o cancelamento é a medida adequada numa fase em que é crítica a permanência em casa das pessoas e das famílias portuguesas”.

Em causa estão então 31 cinemas espalhados pelo país e 219 ecrãs, sendo que em muitas cidades ou concelhos estas salas são a única oferta de exibição comercial. Só na Grande Lisboa há 88 ecrãs Nos, seguidos pelos 58 do Grande Porto e pelos 51 da zona centro, estando a Nos presente também na região norte, no sul e na Madeira. Em 2019, segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), os cinemas da Nos congregaram uns esmagadores 59,7% dos espectadores no país, mantendo o domínio de anos no sector.

No domingo, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, anunciou que os eventos com mais de cem pessoas estão suspensos e foram conhecidas as regras de funcionamento de espaços como os centros comerciais em território português, que ficam limitados a acolher quatro pessoas por cada cem metros quadrados. Alguns shoppings e grandes armazéns estão a reduzir também o seu horário de funcionamento, como é o caso El Corte Inglès, que passa a encerrar às 20h. Em Lisboa, é no El Corte Inglès que estão inseridos os cinemas UCI, o segundo maior exibidor em território nacional (11,4% dos espectadores em 2019 e com salas em Lisboa e Porto) e que esta segunda-feira à tarde anunciou que fecha as suas salas de acordo com o “cumprimento de directrizes governamentais”.

A Medeia Filmes, que sábado tinha encerrado o Nimas em Lisboa, confirmou que fecha os seus restantes ecrãs ou salas que programa habitualmente - Sala Fernando Lopes, em Lisboa, o Teatro Campo Alegre e Teatro Rivoli, no Porto, o Cinema Charlot, em Setúbal, o TAGV em Coimbra, o Theatro Circo em Braga e CAE na Figueira da Foz. Terça-feira os Cinema City (salas em Lisboa, Setúbal, Leiria, Beloura e Alfragide) encerraram também, restando abertos em termos de cadeias o Cineplace.

Também espaços como o Fórum Vizela anunciaram também na sexta-feira que a sua sala (exibidor independente) está encerrada. Nesta segunda-feira, os Cinemas Cinemax Bragashopping divulgaram também que “encerram por tempo indeterminado”, porque se deve “evitar ao máximo uma concentração de pessoas”.

Encerramentos em catadupa

Na sexta-feira, após as primeiras medidas de contenção da pandemia anunciadas pelo Governo, exibidores de todo o país começaram a anunciar a sua decisão de encerrar as portas — primeiro foi o Cinema Trindade no Porto, depois a Cinemateca Portuguesa, que, enquanto instituição estatal, suspendeu a sua actividade pública. Também o Cinema Ideal, sala independente em Lisboa, e a Castello Lopes Cinemas (salas em Torres Vedras, Sintra, Guimarães, Barreiro, Cascais e Santarém) viriam a anunciar o seu encerramento até Abril. Já no sábado, o Espaço Nimas de Lisboa anunciou que a partir desta segunda-feira já não estará aberto ao público.

Os responsáveis do Ideal, por exemplo, tomaram no sábado a decisão de fechar até 2 de Abril, “apesar da total indefinição por parte das autoridades públicas (da área da Cultura e que superintendem esta actividade — a IGAC [Inspecção-Geral das Actividades Culturais], do Ministério da Cultura)”.

Na semana passada, o PÚBLICO contactou a tutela e vários exibidores do país para tentar apurar de que forma as medidas de crescente limitação de ajuntamentos públicos e a sua aplicação a eventos alteram a actividade de exibição cinematográfica, um consumo cultural por definição em espaço fechado e colectivo, aguardando ainda respostas. No início da semana enviou também perguntas sobre o funcionamento dos cinemas à IGAC e à Direcção-Geral da Saúde, sem obter respostas concretas. O Ministério da Cultura disse no domingo ao PÚBLICO que ainda esta semana serão anunciadas “medidas para o sector” cultural, não sendo claro se a exibição comercial de cinema estará incluída nesse pacote.

Também nesta segunda-feira deverão ser conhecidos os resultados de bilheteira relativos ao último fim-de-semana, sendo expectável ler uma quebra nos dados do ICA à luz dos conselhos do Governo e autoridades de saúde para que os cidadãos permaneçam em suas casas.

Notícia actualizada às 19h41 com dados sobre salas UCI e Medeia e dia 17 de Março com fecho de salas Cinemacity