Covid-19: alerta total
Façamos todos a nossa parte. A ameaça global é real. Esta é a nossa emergência, este é o inimigo que nos deve mobilizar a todos. Entrámos em alerta total.
O mundo assiste há algumas semanas à evolução de um surto que acaba de alcançar a categoria de pandemia. O que mais se temia aconteceu. Depois de ter ficado fora de controlo na China, e ter transformado as ruas de Itália em autênticas cidades fantasma, entre o silencio do vazio e a agonia do crescente número de mortes, o novo coronavírus, batizado de covid-19 ultrapassou fronteiras, ganhou terreno, contagiou mais de 100 mil pessoas em mais de 100 países na Ásia, Europa, Médio Oriente e Américas.
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O mundo assiste há algumas semanas à evolução de um surto que acaba de alcançar a categoria de pandemia. O que mais se temia aconteceu. Depois de ter ficado fora de controlo na China, e ter transformado as ruas de Itália em autênticas cidades fantasma, entre o silencio do vazio e a agonia do crescente número de mortes, o novo coronavírus, batizado de covid-19 ultrapassou fronteiras, ganhou terreno, contagiou mais de 100 mil pessoas em mais de 100 países na Ásia, Europa, Médio Oriente e Américas.
A pandemia não é mais uma hipótese, é uma dura, penosa e imprevisível realidade.
Estou certa de que havemos de conseguir superar este problema global com o mínimo de danos possível. Como disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, esta “não seria a primeira pandemia na história a ser controlada”, pelo que “não estamos à mercê do vírus”, mas o perigo é real, a incerteza instalou-se e conhecemos muito pouco este vírus, e esse desconhecimento é que não nos descansa, nos põe em estado de alerta total, e a todos nós deve mobilizar na adoção de medidas de redução de risco de contágio.
Sejamos claros, todos temos familiares que se enquadram nos quadros de risco, todos temos atividades que se baseiam no contacto social, o tal que nos obriga a mudar os hábitos de cumprimento e convívio, para que o contágio seja dificultado. Não me parece que possamos continuar a viver as nossas rotinas como se nada se passasse, como se este inimigo global não estivesse já aqui mesmo ao nosso lado. Não podemos continuar a pensar que os focos de contágio estão geolocalizados e restringidos a determinadas áreas. Não é assim, o covid-19 pode estar em qualquer parte, a hora é de o combater, de o erradicar, de travar a fundo se necessário for para que não possa ganhar mais terreno e tornar-se um inimigo mortal.
A pujança do vírus pode ser mitigada se os governos locais agirem rápido. Segundo o mesmo director-geral da OMS, “é preciso um cocktail de medidas de contenção e ações de mitigação, e ainda não está na altura de os governos nacionais desistirem”. Estamos a fazer o que é preciso? Assistimos a um conjunto de encerramentos auto-impostos de algumas universidades e escolas, muitas passam a disponibilizar aulas remotas para impedir o contacto minorando a possibilidade de contágio.
“Exagero!” acusam uns, “Prudente!” afirmam outros.
Mas todos lemos, todos vemos e todos ouvimos o que se passa na China, na Itália, em Espanha, não podemos continuar a ignorar como se nada fosse connosco. Ou talvez quando nos atingir com força estejamos impreparados. Porque a verdade é que nenhum dos países está ou estaria preparado em termos de recursos para uma calamidade destas. Logo, o que há a fazer é, a par de dimensionar os recursos, “conter, conter, conter”, como refere e bem a directora-geral da Saúde. E para isso é preciso fechar todas as janelas de oportunidade para a propagação.
Diz o velho adágio popular que “cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”. Esta é provavelmente a primeira grande pandemia a que assistimos nesta geração, e que terá provavelmente um impacto muito maior do que imaginamos, a todos os níveis, mas que sejamos capazes de impedir que os danos colaterais sejam as vidas dos nossos concidadãos, dos nossos familiares, dos nossos vizinhos.
Saibamos ordeira e proativamente adotar as medidas que as autoridades de saúde nos vão sugerindo, saibamos afastar-nos uns dos outros para nos protegermos, saibamos ser agentes de defesa da saúde pública que é a de todos nós.
Há duas semanas apenas, o vírus atingia 30 países, hoje já cobre mais de 100. A sua capacidade de propagação neste tempo em que tudo é perto e rápido é assustadora.
Não entremos em pânico que geraria o caos, mas não menosprezemos os riscos que ele comporta, porque a mortalidade aumenta a cada dia que passa.
Façamos todos a nossa parte. A ameaça global é real. Esta é a nossa emergência, este é o inimigo que nos deve mobilizar a todos. Entramos em alerta total.
Paremos se essa for a melhor arma para o travar definitivamente.