Os dias difíceis. Na Fugas aconselhamos: fique em casa

Há quase 20 anos que só aconselhamos a sair de casa, é o nosso trabalho. Hoje dizemos-lhe que o melhor é não o fazer a não ser que seja essencial.

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Primeiro, a segurança: fique em casa, nós fazemos-lhe companhia. João Garcia

Este não é um texto fácil de escrever para quem, como eu (ou qualquer elemento da equipa da Fugas), se dedica a criar todos os dias uma revista e um site, recheados de viagens, passeios, restaurantes e bares, hotéis e alojamentos vários. Mas, às vezes, os outros dizem as coisas melhor do que nós, e então já está quase tudo dito. Ontem, o Luís J. Santos disse assim, no Facebook da Fugas

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Este não é um texto fácil de escrever para quem, como eu (ou qualquer elemento da equipa da Fugas), se dedica a criar todos os dias uma revista e um site, recheados de viagens, passeios, restaurantes e bares, hotéis e alojamentos vários. Mas, às vezes, os outros dizem as coisas melhor do que nós, e então já está quase tudo dito. Ontem, o Luís J. Santos disse assim, no Facebook da Fugas

“Estes são dias difíceis para todos. E são dias difíceis para os viajantes e amantes de viagens, para quem gosta de apreciar os restaurantes e os bares, os hotéis e os passeios, para quem, como nós, gosta de calcorrear o país e o mundo. E, não esqueçamos, também dias muito difíceis para todos os profissionais destes sectores. Da parte da equipa da Fugas, queremos dizer a todos os que nos têm acompanhado, acompanham e continuarão a acompanhar: aqui estamos, sempre do seu lado. Por agora, deixamos só um conselho: opte pela segurança e pela prevenção. E uma garantia: continuaremos por aqui, a informar e, mesmo com os planos de viagens ou outros em stand-by, lembre-se que pelo menos o sonho de viajar ninguém nos pode tirar.”

covid-19 virou-nos os dias do avesso, obrigou-nos a repensar rotinas, a deixar cair reportagens que tínhamos preparadas, a reflectir sobre como é que uma publicação que se chama Fugas pode continuar a contribuir para dar mundo aos seus leitores sem cair na irresponsabilidade de os convidar a saírem de casa, quando as recomendações das autoridades de saúde vão no sentido exactamente oposto.

Não vale a pena deixar coisas por dizer: a Fugas em papel desta semana foi planeada com a consciência da ameaça que paira sobre todos nós, mas ainda assim achámos que valia a pena contar-lhe boas histórias que se passam lá fora. Acreditamos que a Fugas tem potencial de guarda, como os vinhos, e por isso, quando a tempestade acalmar, poderá sempre deitar mão às revistas que guardou e então sim, seguir as nossas sugestões de viagens e passeios.

Até lá, enquanto se resguarda em casa, pode sempre ir sonhando com uma viagem como a do Carlos Cipriano, que atravessou de comboio 1300 quilómetros em Angola, ou com um passeio até Sintra na companhia da Mara Gonçalves (a Parques de Sintra anunciou entretanto o encerramento dos parques e monumentos). Pode aproveitar para conhecer Roberto Pacheco Correia, o escritor que quer levar uma estrela Michelin para os Açores, ou para saber como termina a história do primeiro falsificador de vinhos a ser preso nos Estados Unidos, contada pelo Pedro Garcias.

Nas próximas semanas, porque a situação em Portugal e no mundo se alterou por completo, mudaremos a agulha das nossas Fugas. Circunstâncias excepcionais exigem medidas excepcionais: estamos limitados nos trabalhos que podemos fazer, mas nem por isso deixaremos de dar o nosso melhor para que o possamos ajudar a ultrapassar o período de isolamento que nos é pedido.

Eu reforço o apelo: fique em casa, faça o que há muito tempo anda a adiar, leia muito — nós prometemos fazer-lhe companhia, todos os dias online, ao sábado com a revista em papel. E nunca é de mais lembrar: proteja-se.