EDP tem três mil pessoas em teletrabalho
Em modo de prevenção de casos de contágio com o novo coronavírus, algumas empresas começam a adoptar o trabalho à distância. Na EDP, metade dos colaboradores estão em casa.
Face ao aumento do número de casos da doença, e num momento em que a covid-19 já é oficialmente considerada uma pandemia, as empresas procuram adaptar-se à nova realidade e à necessidade de conter a sua propagação.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Face ao aumento do número de casos da doença, e num momento em que a covid-19 já é oficialmente considerada uma pandemia, as empresas procuram adaptar-se à nova realidade e à necessidade de conter a sua propagação.
A EDP actualizou o plano de contingência para lidar com o novo coronavírus e, “como medida preventiva”, decidiu manter, “para já, um mínimo de 50% dos seus colaboradores em regime de teletrabalho”, confirmou ao PÚBLICO fonte oficial da empresa.
A medida entrou em vigor ontem (quarta-feira, 11 de Março) e “envolve cerca de 3000 pessoas”.
Para “prevenir qualquer potencial risco de contágio sem colocar em causa o normal funcionamento da sua actividade em todas as áreas e serviços”, a eléctrica assegura que “todas as equipas na empresa dispõem de sistemas e ferramentas tecnológicas preparadas para garantir o trabalho à distância sem perturbações”.
Segundo a empresa, o modelo de trabalho remoto tem vindo a ser testado e aplicado de forma regular, pelo que os trabalhadores estão preparados para funcionar nesse regime de adaptação.
Outras medidas preventivas incluem limitar as viagens nacionais e internacionais ao estritamente necessário e a recomendação para que os colaboradores evitem viagens à China, Itália, Espanha, França, Alemanha, Irão, Japão, Singapura e República da Coreia do Sul.
Qualquer trabalhador que regresse desses países será enquadrado em “regime de trabalho à distância durante um período de duas semanas, sendo que o regresso às instalações da EDP, só deve ocorrer caso não se manifestem, durante esse período, sintomas de tosse, febre ou de dificuldades respiratórias”.
A empresa refere que a actualização deste plano “dependerá da evolução do surto” e das recomendações dos organismos de saúde pública que estão a ser acompanhadas “em permanência”.
REN aplica trabalho à distância e restringe acesso às instalações
Recordando que “tem como prioridade a segurança de todos os colaboradores e a salvaguarda da gestão das operações críticas da sua responsabilidade” (a gestão dos sistemas nacionais de transporte de electricidade e gás natural), a REN - Redes Energéticas Nacionais garante que está em coordenação com as entidades oficiais desde o início desta crise e a acompanhar em permanência as orientações emitidas pelas autoridades de saúde.
A empresa refere que “foi já implementado o regime de trabalho à distância para alguns grupos de colaboradores”.
Em simultâneo, aplicou-se “a restrição de acesso” às instalações e obras “por parte de pessoas que possam colocar em risco o funcionamento” das equipas.
Estão também suspensas as viagens internacionais e reuniões de grupos superiores a dez pessoas, refere a REN, que admite vir a adoptar medidas adicionais, caso se justifiquem.
CTT consideram teletrabalho
Os CTT também estão a reforçar o seu plano de contingência e a acompanhar em permanência todas as recomendações das autoridades de saúde e a transmiti-las aos colaboradores.
A empresa está a “reforçar o plano de contingência para eventuais situações de crise, de modo a garantir a continuidade e o nível de serviço” da actividade.
“O teletrabalho é uma opção viável na empresa e que está a ser considerada”. Além disso, as reuniões presenciais estão a ser substituídas por conferência telefónica ou videoconferências.
Também as formações e eventos corporativos estão a ser adiados, “para evitar concentrações desnecessárias de pessoas”, diz a empresa, garantindo que irá “adaptar os procedimentos internos de minimização de eventuais contágios, sempre que se justifique”.
Por outro lado, os CTT adiantam que “têm verificado uma redução da oferta de transporte e uma alteração da normalidade da actividade económica chinesa, devido ao abrandamento da economia local”.
Ainda assim, referem que “os fluxos de exportação e importação para a China estão abertos e sem interrupções”.
Grávidas e doentes crónicos trabalham a partir de casa na Altice
Esta semana a Altice Portugal também comunicou a introdução da “dispensa imediata de assiduidade, em regime de teletrabalho a colaboradores pertencentes a grupos considerados de maior vulnerabilidade por baixa imunidade (oncológicos activos, doentes crónicos já identificados) e colaboradoras grávidas”.
Além disso, a empresa adiou a realização de eventos públicos e viagens aéreas e passou a privilegiar “reuniões por videoconferência ou conference call em substituição de reuniões presenciais em sala”.
A empresa garante ainda que procedeu ao “reforço do abastecimento de gel desinfectante e máscaras hospitalares nos edifícios e lojas Meo”.