Ciências da Saúde impulsionam pedidos de patente em Portugal
Medicina e Farmácia foram as áreas mais proactivas, no resto do mundo dominaram o 5G e a Inteligência Artificial. Portugal é o país europeu com maior crescimento face a 2018.
Tecnologia médica e farmacêutica são as duas áreas mais representadas nos pedidos de patente com origem em Portugal em 2019. Os dados do Instituto Europeu de Patentes, divulgados esta quinta-feira, mostram que a região Norte é a mais proactiva e que no top cinco das instituições nacionais estão três entidades de investigação ou académicas. Mas, tal como já sucedia em 2018, há uma empresa a destacar-se na liderança. Mais uma vez, a Novadelta, do grupo Delta, de Campo Maior, é o autor do maior numero de pedidos feitos ao IEP.
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Tecnologia médica e farmacêutica são as duas áreas mais representadas nos pedidos de patente com origem em Portugal em 2019. Os dados do Instituto Europeu de Patentes, divulgados esta quinta-feira, mostram que a região Norte é a mais proactiva e que no top cinco das instituições nacionais estão três entidades de investigação ou académicas. Mas, tal como já sucedia em 2018, há uma empresa a destacar-se na liderança. Mais uma vez, a Novadelta, do grupo Delta, de Campo Maior, é o autor do maior numero de pedidos feitos ao IEP.
Pelo segundo ano consecutivo, o número de pedidos de patente apresentados por empresas e instituições portuguesas aumentou. Em 2019, o crescimento foi de 23,1%, o que significa que o ritmo de crescimento baixou face a 2018, quando a variação positiva foi de 47,3%. Mesmo assim, para o presidente do IEP, os números reflectem um “aumento continuado da capacidade de inovação” no país.
O chamado Index de Patentes, publicado esta quinta-feira, mostra que os portugueses estão mais intervenientes na defesa da inovação que está a ser produzida. No total, foram apresentados em Munique, sede do IEP (que é liderado pelo português António Campinos), 272 pedidos, o que é o número mais alto de sempre. Em 2018, tinham sido 221. Olhando para a última década, o número de pedidos mais do que triplicou (+236%).
“A utilização de patentes é essencial para tornar as empresas portuguesas mais competitivas e é um pré-requisito para a criação de empregos. É particularmente admirável a contribuição das universidades portuguesas e das instituições de investigação para o aumento dos pedidos de patente”, declarou António Campinos.
Em termos globais, Portugal vale apenas 0,1% dos 181 mil pedidos registados em 2019. A Huawei, os EUA e a Ásia (em particular a China) e as tecnologias de comunicação foram os líderes globais, num ano em que o número mundial de pedidos cresceu 4%.
Portugal está, porém, no top-30 na lista dos pedidos por milhão de habitantes, que é liderada pela Suíça. E continua a ser o país europeu com maior taxa de crescimento. No mundo, só as Ilhas Caimão, Arábia Saudita e China têm aumentos mais acentuados.
No top cinco dos pedidos ficaram Estados Unidos da América (25% do total de pedidos), Alemanha (15%), Japão (12%), China (7%) e França (6%). No sexto lugar estão Suíça e Coreia do Sul, com 5%.
O aumento global de 4% “deveu-se a um forte crescimento na China, Estados Unidos da América e Coreia do Sul”, refere o instituto, destacando os "campos da comunicação digital e tecnologia informática”.
Já o crescimento português “deve-se a dez das 15 áreas tecnológicas de maior importância”. “A tecnologia médica foi a área com um maior número de pedidos (22 pedidos, +83,3%), seguida das áreas de farmacêutica (19 pedidos, +35,7%) e “mobiliário, jogos” (18 pedidos de patente, 50%).
A Novadelta - Comércio e Indústria de Cafés e a Universidade de Évora são os maiores “clientes” do IEP, ambos com 16 pedidos em 2019.
Seguem-se a A4TEC (Association for the Advancement of Tissue Engineering and Cell Based Technologies & Therapies) com 15 pedidos, Modelo Continente Hipermercados (com dez) e o INESC Porto (sete). Em Portugal, as instituições académicas ainda têm um lugar de destaque no top 5, ao contrário do que sucede no resto do mundo, onde a iniciativa empresarial domina.
A região Norte segue na frente, uma vez mais, representando 46% do total dos pedidos (face aos 40,5% de 2018). O Norte tinha registado o maior salto no European Innovation Scoreboard e agora mostra que, além de inovar mais, está mais consciente da necessidade de proteger o que cria.
Seguem-se a cidade Lisboa (que subiu de 18,2% para 21,7%) e a região Centro (que neste caso desceu de 29,5% para 16,5%). No ranking das cidades, Lisboa é primeira, com 37 pedidos de patente (mais 11 do que em 2018), mas logo seguida pelo Porto (que teve 36 pedidos, mais 13 do que no ano passado).
O 5G e a Inteligência Artificial impulsionaram o crescimento global, levando a comunicação digital a ultrapassar pela primeira vez as tecnologias médicas, que lideravam desde 2006. Huawei (3524), Samsung (2858) e LG (2817) pediram o maior número de patentes. A primeira europeia é a Siemens (2619), no quinto lugar global, atrás da United Technologies, dos EUA (2813).