Coronavírus: homem com sintomas fechado em viatura durante seis horas. GNR escoltou-o até ao hospital

Situação ocorreu na terça-feira em Grijó, Vila Nova de Gaia. Homem, motorista de pesados, esteve em Milão no dia 28 de Fevereiro e é caso suspeito de coronavírus.

Foto
GNR foi solicitada a escoltar o paciente para o hospital, depois de seis horas sem ambulância Paulo Pimenta

Um homem ficou retido na viatura que conduzia durante cerca de seis horas, após ter apresentado sintomas de infecção do coronavírus. O acontecimento ocorreu em Grijó, freguesia do concelho de Vila Nova de Gaia, na tarde desta terça-feira.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Um homem ficou retido na viatura que conduzia durante cerca de seis horas, após ter apresentado sintomas de infecção do coronavírus. O acontecimento ocorreu em Grijó, freguesia do concelho de Vila Nova de Gaia, na tarde desta terça-feira.

O jornal local O Gaiense deu conta da situação, colocando vários vídeos nas redes sociais que mostravam a evolução do acontecimento. O PÚBLICO confirmou junto do Capitão Francisco Martins, do destacamento de trânsito da GNR, que explicou a situação.

“Interceptámos aquele condutor no âmbito de uma acção de fiscalização. O carro, supostamente, não tinha seguro e quando estávamos no acto da verificação, o condutor conta-nos a história dele, que revelava indícios de sintomas do coronavírus”, relembra o capitão Francisco Martins.

O homem parado pela brigada de trânsito da GNR, por volta das 16h30 de terça-feira, é condutor de pesados de profissão. Avisou os agentes que o abordaram de que tinha realizado um serviço em Milão, no Norte de Itália, no dia 28 de Fevereiro, naquela que é uma das zonas com mais casos confirmados de covid-19.

De acordo com a GNR, o homem registava febre e tosse, algo que originou o isolamento do local. “Naturalmente, neste contexto, a fiscalização passou a ser secundária e isolámos o local onde a viatura estava parada, de forma a assegurar uma área de segurança que garantisse a não contaminação de terceiros”, explica Francisco Martins.

O homem, dentro da viatura, fechou os vidros e contactou a linha Saúde 24, para explicar a situação. A GNR tomou o mesmo procedimento, entrando em contacto com o serviço de emergência, de modo a garantir assistência médica para o homem. “Aguardámos por uma ambulância que acabou por não chegar, porque havia mais casos. Foi-nos depois solicitado pela autoridade de saúde local que fizéssemos o acompanhamento do senhor, dentro da sua viatura, até ao Hospital Pedro Hispano. Estaria lá alguém para o receber”, refere o capitão.

O percurso do paciente até ao hospital foi feito com escolta da GNR. À chegada, a viatura foi fechada na presença dos militares. Deverão realizar-se agora trabalhos de desinfecção ao veículo ligeiro. O paciente será analisado, de modo a confirmar se está infectado com coronavírus.

O PÚBLICO contactou o INEM para obter esclarecimentos adicionais sobre a situação, mas, até ao momento, ainda não foi possível apurar as razões que originaram esta demora na assistência médica.