Coronavírus: Conselho Nacional de Saúde pede “comando único na resposta à epidemia”
Membros de órgão de consulta do Governo pedem à população que evite “manifestações de estigma e discriminação” a pessoas afectadas pelo novo coronavírus.
Os membros do Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendam que haja “um comando único na resposta à epidemia” do novo coronavírus (covid-19) e defendem que é urgente “a publicação e disseminação de um Plano Nacional de Contingência que tenha em conta a participação de todas as partes interessadas”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os membros do Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendam que haja “um comando único na resposta à epidemia” do novo coronavírus (covid-19) e defendem que é urgente “a publicação e disseminação de um Plano Nacional de Contingência que tenha em conta a participação de todas as partes interessadas”.
Reunidos segunda-feira em Lisboa, os 30 representantes de várias instituições neste órgão de consulta do Governo para a definição das políticas de saúde enfatizam, em nota enviada à imprensa, a necessidade de as estruturas responsáveis pela resposta comunicarem “de forma continuada e inequívoca” e de produzirem informação “transparente, atempada e em contínuo” sobre a evolução da epidemia.
Aludindo indirectamente à controvérsia gerada na semana passada depois de a directora-geral da saúde ter sido corrigida pela ministra Marta Temido por ter dito que os dois hospitais de referência do Porto já estavam lotados e por ter aludido a um cenário potencial de um milhão de portugueses infectados, defendem que a comunicação deve ser “coerente e não contraditória e seguir uma hierarquia clara e articulada”. Tudo para “evitar a desvalorização do risco e do alarme social”, acentuam.
Os membros do CNS - entre os quais se incluem os representantes da ordens profissionais na área da saúde - apelam também “veementemente à colaboração solidária da população” para “evitar as manifestações de estigma e discriminação a que estão sujeitas as pessoas afectadas” pela covid-19. E pedem às autoridades de saúde nacionais, regionais e locais que tomem “decisões baseadas na evidência tendo em conta a sua efectividade mas também o potencial económico e social para a população”.
Apelando ao sentido de responsabilidade da comunicação social, deixam igualmente uma série de conselhos à população: pedem às pessoas que adiram às medidas eficazes de higiene e etiqueta respiratória e que não recorram aos serviços de saúde sem antes ligarem para a linha telefónica SNS24 (808 24 24 24). Reclamam, a propósito, ao Ministério da Saúde que garanta as condições para a actuação do SNS24 e também da Linha de Apoio ao Médico, que têm funcionado com múltiplas deficiências nos últimos dias.
Criado em 2016, o CNS é liderado por Henrique Barros, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.