Coronavírus: EUA aconselham cidadãos a não fazerem cruzeiros
Advertência do Departamento de Estado é para todos os viajantes, particularmente para os que têm problemas de saúde: “Não devem viajar em cruzeiros”. Há um “risco acrescido de infecção por covid-19 no ambiente de um navio de cruzeiro”, relata o CDC, organismo norte-americano de controlo e prevenção de doenças.
Após vários casos de cruzeiros em quarentena ou parados a aguardar rastreios, incluindo um cruzeiro no Egipto com mais de 40 portugueses, e com os próprios EUA a braços com um surto de covid-19 no cruzeiro Grand Princess, ao largo da Califórnia e já com 21 casos positivos, o Departamento de Estado dos EUA emitiu uma nota a desaconselhar as viagens de cruzeiros.
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Após vários casos de cruzeiros em quarentena ou parados a aguardar rastreios, incluindo um cruzeiro no Egipto com mais de 40 portugueses, e com os próprios EUA a braços com um surto de covid-19 no cruzeiro Grand Princess, ao largo da Califórnia e já com 21 casos positivos, o Departamento de Estado dos EUA emitiu uma nota a desaconselhar as viagens de cruzeiros.
“Os cidadãos norte-americanos, particularmente os com problemas de saúde, não devem viajar em navios de cruzeiros”, indica o texto do Departamento de Estado, que parte da conclusão de que o CDC (Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA) consideram que há “risco acrescido de infecção por covid-19 no ambiente de um navio de cruzeiros”.
“Adultos seniores [+60] e viajantes com pré-condições de saúde devem evitar situações que os possam pôr em risco acrescido de doenças mais graves. Isto abrange evitar locais com multidões, evitar viagens não essenciais como longos voos e especialmente evitar embarcar em navios de cruzeiros”, lê-se numa actualização publicada este domingo e actualizada esta segunda-feira.
“Os passageiros com planos para viajarem em cruzeiros devem contactar as companhias de cruzeiros directamente para mais informação”, refere-se ainda.
A nota recorda ainda que, para conter a disseminação da covid-19, “muitos países implementaram processos rigorosos de triagem que já levaram portos a recusarem a entrada de navios e impediram o desembarque de passageiros”.
“Em alguns casos, as autoridades locais permitiram o desembarque mas submeteram os passageiros a procedimentos locais de quarentena”, sublinha-se, acrescentando que, “embora o Governo dos EUA tenha evacuado alguns passageiros de navios de cruzeiro nas últimas semanas” (como no caso do Diamond Princess, no Japão), os voos de repatriamento “não devem ser considerados uma opção para os cidadãos dos EUA sob risco potencial de quarentena pelas autoridades locais”.
Esta é uma recomendação rara em matéria de viagens, como o próprio CDC indica, já que “normalmente, publica recomendações de viagem para países e outros destinos internacionais, não para transportes, como navios, aviões ou comboios”. Mas, acrescenta-se, aqui está em causa a “natureza incomum do novo surto de coronavírus”.
Para quem de facto viajar num cruzeiro, o CDC tem várias recomendações, similares às indicadas pela Direcção-Geral de Saúde, incluindo: falar com o seu médico antes de viajar, evitar o contacto com pessoas doentes, evitar tocar nos olhos, nariz e boca sem lavar antes as mãos, evitar viajar se estiver doente e a obrigatória e frequente lavagem de mãos com água e sabão ou solução com álcool. Para quem estiver em viagem, se tiver sintomas, “fique na sua cabina e notifique os médicos de bordo de imediato”.
Em Portugal, até ao momento, não foram dadas orientações similares às norte-americanas quanto a desaconselhar viagens de cruzeiros aos cidadãos em geral. O Portal das Comunidades, que inclui os oficiais Conselhos aos Viajantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros, não tem referências a cruzeiros, apenas a países e regiões. A Direcção-Geral de Saúde publicou no seu site as orientações de “procedimentos para portos e viajantes por via marítima”, mas estes para os casos em que é detectado um passageiro ou tripulante com sintomas de covid-19.