Três príncipes detidos por conspiração para derrubar herdeiro saudita
Entre os suspeitos de planear um golpe estão o irmão mais novo e o sobrinho do rei Salman. Apesar de contestado dentro da família, Mohammed bin Salman consolida assim o seu poder.
No que aparenta ser mais uma manobra para a consolidação do seu poder, o príncipe herdeiro e seu governante de facto, as autoridades da Arábia Saudita detiveram três dos mais importantes príncipes da Arábia Saudita, incluindo o irmão mais novo do rei Salman, Ahmed bin Abdulaziz, e Mohammed bin Nayef, o sobrinho do monarca afastado em 2017 da sucessão do trono por Mohammed bin Salman.
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No que aparenta ser mais uma manobra para a consolidação do seu poder, o príncipe herdeiro e seu governante de facto, as autoridades da Arábia Saudita detiveram três dos mais importantes príncipes da Arábia Saudita, incluindo o irmão mais novo do rei Salman, Ahmed bin Abdulaziz, e Mohammed bin Nayef, o sobrinho do monarca afastado em 2017 da sucessão do trono por Mohammed bin Salman.
A notícia é avançada este sábado pela Reuters, confirmada por múltiplas fontes, e foi justificada pelo príncipe herdeiro porque os príncipes tinham “feito contactos com potências estrangeiras, incluindo americanos e outros, para levar a cabo um golpe de Estado”, de acordo com uma das fontes da agência.
Depois de afastar Bin Nayef do primeiro lugar da linha sucessória da monarquia, o maior exportador de petróleo do mundo, Bin Salman, conhecido pelas iniciais MbS, tinha mandado prender vários membros da família real e outras altas figuras do regime no Hotel Ritz-Carlton de Riade no âmbito de uma campanha anticorrupção destinada a demonstrar o poder do príncipe herdeiro.
“Com estas prisões, MbS consolida o seu controlo total do poder. Finalizou a sua purga”, acrescentou a mesma fonte, salientando que já não existe mais ninguém capaz de lhe desafiar o poder.
Outra fonte adiantou que os príncipes foram acusados de “traição”, explicando que os três tinham discutido a possibilidade de derrubar o príncipe herdeiro, mas que o plano ainda estava na fase inicial.
Não se sabe para onde foram levados, mas uma das fontes refere que “terão de ser tratados com dignidade”, tendo em conta o seu estatuto na Casa de Saud, que governa o país desde a criação da Arábia Saudita em 1932.
A acção do príncipe herdeiro teve o apoio do rei Salman que, aos 84 anos, continua lúcido e a seguir de perto os assuntos de Estado. Na quinta-feira encontrou-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, depois de na terça-feira ter assistido com o príncipe herdeiro, de 34 anos, ao conselho de ministros.
O poder de MbS tem sido posto em causa entre os mais proeminentes elementos da monarquia saudita, sobretudo, depois do assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, em Outubro de 2018, por agentes secretos do reino na embaixada da Arábia Saudita em Ancara. Os que procuram mudar a sucessão vêem no príncipe Ahmed, o único irmão de pai e mãe do rei Salman ainda vivo, o mais bem posicionado para herdar o trono.