Erdogan vai a Bruxelas na segunda-feira
Gabinete do Presidente turco anunciou a viagem sem espeficifar o programa da visita de 36 horas. Mantém-se a tensão na fronteira greco-turca, com disparos de gás lacrimogéneo e uso de canhões de água.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, vai estar na próxima semana em Bruxelas, anunciou o seu gabinete numa altura de tensão entre a Turquia e a União Europeia por causa dos migrantes e refugiados e em que a polícia grega voltou a disparar gás lacrimogéneo contra aqueles que tentam cruzar a fronteira desde território turco.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, vai estar na próxima semana em Bruxelas, anunciou o seu gabinete numa altura de tensão entre a Turquia e a União Europeia por causa dos migrantes e refugiados e em que a polícia grega voltou a disparar gás lacrimogéneo contra aqueles que tentam cruzar a fronteira desde território turco.
O comunicado divulgado este sábado pelo gabinete de Erdogan refere apenas que o Presidente chegará a Bruxelas na segunda-feira, não especificando onde estará durante a visita de dia e meio nem a natureza do trabalho.
Nos últimos dias, a tensão entre Ancara e Bruxelas aumentou após a Turquia ter anunciado a abertura de fronteiras para deixar passar migrantes e refugiados para a União Europeia, ameaçando falhar os compromissos assumidos com a Europa.
A UE e a Turquia celebraram em 2016 um acordo no âmbito do qual Ancara se comprometia a combater a passagem clandestina de migrantes para território europeu em troca de ajuda financeira.
Erdogan lembrou que a Turquia abriga mais de 3,5 milhões de refugiados sírios e anunciou que iria deixar de ser a guardiã da Europa.
As declarações foram criticadas pelos chefes da diplomacia da UE, que lamentaram o “uso político de migrantes” e pediram a Ancara que não quebrasse os compromissos no acolhimento de refugiados.
“Rejeitamos o uso político de migrantes por parte da Turquia”, afirmou na sexta-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, em declarações à agência Lusa após uma reunião dos responsáveis pela diplomacia comunitária, num encontro que decorreu na Croácia.
A Grécia é o país que mais sente a pressão migratória nas suas fronteiras externas com a Turquia, um problema que afecta a Bulgária e o Chipre. De acordo com a Euronews, as autoridades usaram canhões de água contra migrantes em Kastanies, uma vila grega junto à fronteira.
De acordo com Santos Silva, no Conselho de Negócios Estrangeiros de hoje resultou uma manifestação de “solidariedade com a Grécia e também com o Chipre, a Bulgária e outros Estados-membros que estão sujeitos a uma pressão migratória adicional no seu esforço de preservar as suas próprias fronteiras e também a fronteira externa na UE”.