Granado: Há um livro para celebrar os 150 anos da “botica mais tradicional do Brasil”
Editado pela Assouline, assinado por Hérmes Galvão, depois dos lançamentos no Rio de Janeiro, São Paulo e Paris, este sábado chega a vez de Lisboa.
Nasceu em 1870, pela mão de um português que chegou ao Brasil. Começou por ser uma pequena farmácia, uma “botica”, no centro do Rio de Janeiro. Hoje é uma das jóias da beleza e cosmética brasileira, que se espalhou pelo mundo. A história dos 150 anos da Granado é contada por Hermés Galvão no livro editado pela Assouline e que é lançado neste sábado, em Lisboa.
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Nasceu em 1870, pela mão de um português que chegou ao Brasil. Começou por ser uma pequena farmácia, uma “botica”, no centro do Rio de Janeiro. Hoje é uma das jóias da beleza e cosmética brasileira, que se espalhou pelo mundo. A história dos 150 anos da Granado é contada por Hermés Galvão no livro editado pela Assouline e que é lançado neste sábado, em Lisboa.
Trata-se de uma “história muito bonita”, começa por dizer o autor do livro Granado, que foi jornalista na Vogue Brasil, agora está em Lisboa, a estudar psicologia e já não pensava no jornalismo quando a marca o convidou para escrever este livro para assinalar o aniversário. “Abri uma excepção porque o projecto é muito bom”, confessa, acrescentando como havia a coincidência de estar a viver em Portugal e o fundador ter sido José António Coxito Granado, um português. “Tinha tudo a ver”, sublinha.
Para o livro Granado, Hermés Galvão construiu uma cronologia da história da marca, que procurou cruzar com o contexto social e cultural que se viveu em cada época – por exemplo, desde a Primeira Guerra ao Campeonato do Mundo, realizado no Rio em 2014, ou seja, eventos que marcaram a história do Brasil tanto quanto a da Granado.
Aquilo que mais surpreendeu o autor foi a história de José António Coxito Granado, que chegou ao Brasil com 13 anos e em dez anos abriu a primeira farmácia do país. “Era um visionário”, avalia Hermés Galvão – o boticário, que conseguiu estabelecer relações com os monárquicos e, mais tarde com os republicanos, fez da sua farmácia um ponto de encontro social que “recebia políticos e jornalistas”. Foi a “botica mais tradicional do Brasil”.
E como as imagens também contam histórias, o livro é rico em fotografias e ilustrações que pertencem ao arquivo, “muito bem organizado”, da marca. Pintadas com as imensas cores e padrões indissociáveis da estética da Granado, as imagens dos produtos (e não só) quase têm uma “memória olfactiva”, diz o autor. “Todos conhecem o cheiro que nos recorda uma avó ou uma bisavó. Lembra-nos alguma coisa”, acrescenta.
O livro Granado, como são os livros da editora Assouline, é um objecto de luxo, feito especialmente a pensar nos “brasileiros que têm carinho pela marca”, nos perfumistas e botânicos, e em todas as pessoas que conhecem a marca e que gostam da sua ética – a Granado não faz testes em animais e privilegia ingredientes naturais. Para Hermés Galvão “é a cara do Brasil de Portugal”, mesmo que hoje a empresa esteja nas mãos de ingleses.
A Granado chegou a Portugal em Abril de 2017, pelas mãos da Pau-Brasil, que tem uma loja no Príncipe Real, em Lisboa, e outra em Cascais. Entretanto os seus produtos, dos cremes aos sabonetes, passando pela maquilhagem e com linhas para mulher, homem, criança e também para animais são vendidos online.
Texto editado por Bárbara Wong