“Gostava que lhe enviassem mensagens até às cinco da manhã?”

Os estudos sobre violência no namoro ficam-se pela adolescência e pela transição para a vida adulta, mas o namoro não tem idade e as novas tecnologias permitem prolongar a violência para lá do fim da relação.

Foto
Gabriel Fialho Sousa

O namorado de S. vigiava-lhe o Facebook. Se um rapaz lhe fizesse um “gosto” ou escrevesse um comentário, mandava-lhe logo uma captura de ecrã. “O que é que isto quer dizer?” Ia buscá-la ao emprego. Se ela trabalhasse até mais tarde, enchia-se de desconfiança. Amiúde, insultava-a. “És uma cabra. Andas numa vida de putaria.” Pedia-lhe desculpa, jurava-lhe amor, oferecia-lhe chocolates ou flores. S. tinha 29 anos. Não queria aquela vida. Ao intuir que ela ia fugiu para casa da mãe, ele pôs-lhe as mãos no pescoço. “Ou paras com isso ou saímos daqui os dois mortos”, disse ela.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O namorado de S. vigiava-lhe o Facebook. Se um rapaz lhe fizesse um “gosto” ou escrevesse um comentário, mandava-lhe logo uma captura de ecrã. “O que é que isto quer dizer?” Ia buscá-la ao emprego. Se ela trabalhasse até mais tarde, enchia-se de desconfiança. Amiúde, insultava-a. “És uma cabra. Andas numa vida de putaria.” Pedia-lhe desculpa, jurava-lhe amor, oferecia-lhe chocolates ou flores. S. tinha 29 anos. Não queria aquela vida. Ao intuir que ela ia fugiu para casa da mãe, ele pôs-lhe as mãos no pescoço. “Ou paras com isso ou saímos daqui os dois mortos”, disse ela.