Os filhos como os pais
Há 30 anos era notícia a dificuldade em arranjar casa a preços dignos para os jovens casais e para a classe média. Três décadas depois, o tema continua a encher páginas de jornais. Nunca foi tão difícil arranjar casa nas duas grandes cidades do país. Ou será que já? Uma família de lisboetas ajuda-nos a traçar o retrato.
Quando pais e filho se sentam à mesa para falarem das suas desventuras na busca da primeira casa, as histórias — as dificuldades, sobretudo — parecem repetir-se, fazendo dos 30 anos de diferença entre a saga de progenitores e descendente quase um pormenor. Há três décadas, Lisboa era uma cidade de prédios velhos e degradados e ser morador da capital era missão árdua para os mais jovens. Hoje, a cidade está de cara lavada, ficou (mais) bonita, mas foi perdendo a sua gente — uma narrativa familiar que os portuenses também conhecem bem. Ter casa nos grandes centros urbanos é privilégio para poucos. Um velho problema, com novos fenómenos e outros alcances, mas um epílogo comum: o fracasso da política pública de habitação.
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