OMS diz que coronavírus é mais mortal do que a gripe, mas pode ser contido
Ao nível global, cerca de 3,4% dos casos relatados de Covid-19 resultaram em morte, enquanto a gripe sazonal geralmente mata menos de 1% dos infectados.
Cerca de 3,4% dos casos confirmados de Covid-19 morreram, um valor muito acima da taxa de mortalidade da gripe sazonal (menos de 1%). Mas, apesar destes valores, a Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que o novo coronavírus pode ser contido.
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Cerca de 3,4% dos casos confirmados de Covid-19 morreram, um valor muito acima da taxa de mortalidade da gripe sazonal (menos de 1%). Mas, apesar destes valores, a Organização Mundial de Saúde (OMS) acredita que o novo coronavírus pode ser contido.
Esta terça-feira, Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS, instou os países a prepararem-se para o aparecimento de doentes com o novo coronavírus nos hospitais, apelando ainda às unidades de saúde que garantam a protecção dos seus profissionais. Porém, Ghebreyesus alertou para a escassez global de equipamentos de protecção — entre os quais máscaras, luvas e óculos de protecção —, revelando que a oferta de suprimentos precisa de aumentar cerca de 40% em todo o mundo. "Continuamos a pedir aos fabricantes que aumentem urgentemente a produção para dar resposta a esta procura e garantir suprimentos”, disse.
Ao nível global, cerca de 3,4% dos casos relatados de Covid-19 resultaram em morte, enquanto a gripe sazonal geralmente mata bastante menos de 1% dos infectados, sublinhou Tedros. Embora tenha salientado que o Covid-19 parece “espalhar-se de forma menos eficaz do que a gripe” e que, ao que tudo indica, pessoas que não estejam doentes não podem contagiar outras pessoas, o director-geral da OMS notou também que o novo coronavírus “provoca doenças mais graves do que a gripe” e que “ainda não existem vacinas ou terapias”. Ainda assim, Tedros Adhanom Ghebreyesus acredita que o surto do novo coronavírus “pode ser contido”, explicou à Reuters.
Já Mike Ryan, director do programa de emergência da OMS, referiu que as restrições de viagens e a monitorização dos viajantes devem fazer parte das estratégias dos países, mas não são suficientes. “Os países que se apoiaram exclusivamente em restrições de viagens como a única intervenção de saúde pública não se saíram tão bem porque, quando lá chegaram casos importados, foram apanhados de surpresa”, afirmou.
De acordo com Ryan, as autoridades devem focar-se nas medidas de contenção, “mas também devem estar preparadas" para a transmissão do vírus entre a comunidade e para serem capazes de mitigar a sua propagação. “Esse é um dos perigos de usar a palavra pandemia — é que, mesmo que estejamos a seguir nessa direcção em termos de descrição, desejamos que a contenção continue”, acrescentou Ryan.
Tedros Adhanom Ghebreyesus revelou ainda que conversou com Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), sobre os Jogos Olímpicos Tóquio2020, que devem começar em Julho. “O que concordamos é que vamos monitorizar a situação e depois se houver necessidade de alguma acção, então podemos discutir com o governo japonês. Acho que decidir agora poderia ser muito cedo”, afirmou.
Questionado sobre a situação no Irão, Mike Ryan explicou que as necessidades do sistema de saúde iraniano são “mais agudas” e que as autoridades enfrentam actualmente uma falta de equipamentos de protecção, o que tem impacto na “gestão do tratamento intensivo” de doentes em estado grave. Uma equipa da OMS chegou ao país na segunda-feira. Apesar da actual situação no Irão, Mike Ryan, fazendo um paralelismo com o que aconteceu na Coreia do Sul, concluiu que “as coisas tendem a parecer piores antes de melhorarem”.