Socialistas criticam Governo por “incoerência” nas PPP da saúde

Dois dirigentes socialistas de Vila Franca de Xira não gostaram de ver o Governo pôr fim à parceria público-privada que gere o hospital local e, ao mesmo tempo, lançar novo concurso em Cascais.

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PPP do Hospital de Cascais será renovada Rui Gaudêncio

Dois dos principais responsáveis do PS no concelho de Vila Franca de Xira manifestaram, na última sessão da assembleia municipal local, o seu desagrado com a decisão do Governo de “acabar” com a parceria público-privada (PPP) para a gestão do hospital vila-franquense. O presidente da câmara, Alberto Mesquita, mostrou-se mesmo “espantado” com a “incoerência insanável” de uma posição do Governo, que decidiu fechar as PPP dos hospitais de Vila Franca e de Loures e, depois, resolveu lançar um concurso para uma nova PPP no Hospital de Cascais.

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Dois dos principais responsáveis do PS no concelho de Vila Franca de Xira manifestaram, na última sessão da assembleia municipal local, o seu desagrado com a decisão do Governo de “acabar” com a parceria público-privada (PPP) para a gestão do hospital vila-franquense. O presidente da câmara, Alberto Mesquita, mostrou-se mesmo “espantado” com a “incoerência insanável” de uma posição do Governo, que decidiu fechar as PPP dos hospitais de Vila Franca e de Loures e, depois, resolveu lançar um concurso para uma nova PPP no Hospital de Cascais.

Primeiro foi Paulo Afonso, presidente da concelhia socialista de Vila Franca e líder da bancada do PS na assembleia municipal, a realçar a “apreensão” com a decisão tomada pelo Governo de não renovar por um novo ciclo de dez anos a PPP do Hospital de Vila Franca, que expira em Maio de 2021. “A bancada do PS espera que se mantenha e que se salvaguarde um bom serviço de saúde à população”, defendeu.

Já Alberto Mesquita observou que nesta matéria sempre defendeu que os serviços de saúde prestados à população tenham a maior qualidade possível, integrados no Serviço Nacional de Saúde. “Por isso sempre defendi e vou continuar a defender a PPP do Hospital de Vila Franca (gerido desde 2011 por uma empresa do Grupo Mello). Acho que é um erro aquilo que o Governo vai fazer, porque não tenho a certeza de que, ao passar para gestão directa pública, a prestação de serviços se vá manter com a qualidade que tem. Tenho dúvidas”, assume o edil vila-franquense.

Em Maio, quando o Governo se preparava para tomar uma decisão sobre o futuro da gestão do hospital vila-franquense, Alberto Mesquita subscreveu uma tomada de posição conjunta dos presidentes dos cinco municípios servidos pela unidade (Alenquer, Arruda, Azambuja, Benavente e Vila Franca), em defesa da manutenção do actual modelo de gestão.

Mas o que incomodou ainda mais os socialistas de Vila Franca foi saber que, depois das posições do Governo no sentido de não dar continuidade às quatro PPP na área da saúde (Braga, Cascais, Loures e Vila Franca) se ter, agora, sabido que, afinal, o Ministério da Saúde pretende lançar um novo concurso para uma nova PPP no Hospital de Cascais.

“Há aqui uma incoerência que também me preocupa. Se, efectivamente, é para acabar com as PPP na área da saúde, por que é que se vai abrir um concurso para uma outra PPP e se vão fechar as PPP de Vila Franca e de Loures? Há uma incoerência insanável. Se é para acabar, é para acabar com tudo. Se não é para acabar, então que haja excepções e de excepção em excepção era bom que, em Vila Franca, tudo continuasse como estava. Espero, sinceramente, que a população continue a ter os cuidados de saúde adequados. Estou convencido de que assim vai ser. Mas esta incoerência é que me espanta”, rematou Alberto Mesquita no decorrer da última sessão da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira.