Coronavírus: mais de metade dos infectados na China já conseguiram recuperar
Mais de 44 mil doentes (cerca de 56% do total de infectados) conseguiram recuperar da infecção no país mais afectado. Directora-geral da saúde pede “tranquilidade” após primeiros casos em Portugal.
A maioria dos doentes inicialmente infectados pelo coronavírus na China, país onde o surto teve início, conseguiu recuperar. Dos 80.026 casos confirmados na China continental, 44.462 (56%) conseguiram recuperar da doença. Quase três mil (2.912, o que corresponde a 3,6%) morreram em sequência de complicações de saúde provocadas pela covid-19, de acordo com os dados do site de estatística em tempo real Worldometer. Também as informações da Universidade Johns Hopkins (EUA) apontam para que a taxa de recuperação na China ultrapasse a barreira dos 50%.
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A maioria dos doentes inicialmente infectados pelo coronavírus na China, país onde o surto teve início, conseguiu recuperar. Dos 80.026 casos confirmados na China continental, 44.462 (56%) conseguiram recuperar da doença. Quase três mil (2.912, o que corresponde a 3,6%) morreram em sequência de complicações de saúde provocadas pela covid-19, de acordo com os dados do site de estatística em tempo real Worldometer. Também as informações da Universidade Johns Hopkins (EUA) apontam para que a taxa de recuperação na China ultrapasse a barreira dos 50%.
Exemplo de um destes casos de recuperação é o do português Adriano Maranhão. O tripulante do Diamond Princess, infectado com o SARS-CoV-2 a bordo do navio colocado sob quarentena pelas autoridades japonesas, foi transferido para um hospital em Okazaki. À semelhança de 82% dos casos registados globalmente, a infecção do tripulante não entrou na categoria das mais graves.
De acordo com a mulher do português, Emmanuelle Maranhão, as últimas duas análises ao novo coronavírus — à saliva e à mucosa nasal, feitas na quarta-feira e na sexta-feira — deram negativo. “Não está doente nem está infeccioso” e “vai começar o processo para voltar para casa”, afirmou Emmanuelle Maranhão, em declarações à RTP.
A actuação pouco célere e ineficaz das autoridades locais da província chinesa de Hubei para conter a propagação do coronavírus nas primeiras semanas do surto levou Pequim a lançar uma autêntica “purga” entre os detentores dos cargos de topo do Partido Comunista chinês na região, substituindo-os por homens de confiança do Presidente, Xi Jinping.
As zonas mais afectadas foram colocadas em quarentena e os movimentos entre regiões severamente restritos. Os serviços de transportes públicos também registaram abrandamentos, com vários hospitais a serem edificados em tempo recorde. A província de Hubei, que inclui a cidade de Wuhan, primeiro foco da covid-19, foi a que registou mais fatalidades: de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins (EUA) morreram 2803 pessoas nesta região. Por outro lado, as autoridades de saúde registaram a recuperação de 33.762 cidadãos chineses em Hubei, cenário que tem sofrido um aumento nos últimos dias.
Os “recuperados” podem voltar a ser infectados?
O Governo japonês noticiou, na passada semana, o caso de uma mulher em Osaka que voltou a testar positivo nas análises ao novo coronavírus, já depois de ter recuperado de uma primeira infecção.
De acordo com New York Times (NYT), os especialistas garantem que uma segunda infecção não é um cenário comum. Provavelmente, os pacientes ainda guardavam “resquícios” do vírus, que os testes analíticos não conseguiram detectar, sendo classificados — erradamente — como doentes recuperados.
“Não estou a dizer que uma reinfecção não possa ocorrer, ou nunca vá ocorrer, mas num período temporal tão curto é pouco provável”, explicou Florian Krammer, um virologista na Escola de Medicina Icahn, em Nova Iorque, citado pelo NYT.
O mesmo especialista considera que, mesmo que se verifiquem casos de reinfecção, a escala reduzida não os torna uma prioridade durante esta fase da epidemia.
Primeiro caso em Portugal
Esta segunda-feira foi revelado o primeiro caso positivo para SARS-CoV-2 em Portugal. O caso confirmado é o de um médico de 60 anos regressado do Norte de Itália. Sentiu os primeiros sintomas a 29 de Fevereiro. Está internado no Hospital de Santo António, no Porto.
Existe também uma segunda suspeita que carece ainda de confirmação analítica: um homem de 33 anos regressado de Valência, em Espanha, que sentiu os primeiros sintomas a 26 de Fevereiro. Está internado no Hospital de São João, no Porto, aguardando a contra-análise do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, que é o laboratório de referência nacional. A ministra Marta Temido explicou que assumem este caso como positivo, já que duas análises feitas no Porto, por dois laboratórios, deram positivo.
A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, reiterou a mensagem de que é necessário manter a calma. “A palavra do momento é tranquilidade”, disse, garantindo que “as autoridades de saúde já estão a fazer contactos com os contactos dos doentes”.