“Somos ainda um país de nepotismo e elites endogâmicas”
Pedro Norton já saiu da Impresa há quatro anos mas continua atento às mudanças nos media, onde recusa a intervenção do Estado e admite ser preciso “destruir para construir”. Na cadeira de presidente-executivo da Finerge considera que o “fomento das energias renováveis” foi um sucesso nos últimos 20 anos. E do seu ponto de vista liberal, diz não perceber “porque é que a direita desistiu da agenda do clima”.
O antigo líder da Impresa, actual presidente de uma empresa de energias renováveis e administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian começa a fechar uma longa conversa sobre o presente e futuro do país, sobre populismos, sobre a política de Mário Centeno e as políticas da energia, com uma afirmação de tons pessoais: “É ofensivo pensar que os meus filhos, à partida, têm maior probabilidade de ter mais sucesso na vida do que os filhos dos cidadãos que só tiveram o azar de nascer no sítio e na família errada.” Um diagnóstico de um problema que o “ofende” e que é feito com “a consciência” de que fala “do lado dos privilegiados desta história”.