Emigração portuguesa para o Reino Unido aumentou 30% em 2019

Números divulgados esta quinta-feira apontam para aumento de 30% na emigração de portugueses para o Reino Unido, antes do Brexit

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Mais de 24.500 portugueses anteciparam-se ao travão à emigração não-qualificada Reuters/Henry Nicholls

São números que confirmam aquilo que já se prenunciava: os emigrantes portugueses correram no ano passado a instalar-se no Reino Unido antes que o Brexit começasse a “doer”. Em 2019, as autoridades britânicas registaram a entrada de 24.593 portugueses, o que traduziu um aumento de 30% comparativamente com o ano anterior.

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São números que confirmam aquilo que já se prenunciava: os emigrantes portugueses correram no ano passado a instalar-se no Reino Unido antes que o Brexit começasse a “doer”. Em 2019, as autoridades britânicas registaram a entrada de 24.593 portugueses, o que traduziu um aumento de 30% comparativamente com o ano anterior.

Tratou-se, como notou o Observatório da Emigração, de um aumento mais pronunciando do que no conjunto das entradas de estrangeiros naquele conjunto de países e que se fixou nos 21%, denotando, ainda que de modo menos expressivo, a tendência generalizada de inversão de decréscimo das novas entradas. No caso dos portugueses, as saídas fizeram-se a um ritmo superior a 30 mil durante quatro anos, entre 2013 e 2016, ou seja, durante os piores anos da crise social e económica. Em 2017, no ano que se seguiu ao referendo que ditou a vitória do “sim” à saída do Reino Unido da União Europeia, as saídas tinham baixado para as 22.622, tendo diminuído ainda mais em 2018 (18.871). 

Além de poder incluir “alguns casos de regularização de situações de emigração anterior”, este crescimento, concluem os investigadores do observatório, que se baseiam nos dados do Departement for Work and Pensions, dever-se-á provavelmente à percepção de que, depois do Brexit, poderia ser mais difícil emigrar para o Reino Unido. O governo britânico apresentou, no passado dia 19, detalhes sobre as novas regras para a imigração pós-Brexit, as quais, efectivamente, dificultam o acesso dos cidadãos da União Europeia, nomeadamente por imporem qualificações académicas mínimas (12º ano) e o domínio da língua inglesa, além da obrigatoriedade de chegarem já com uma oferta de emprego.

“Durante demasiado tempo, distorcido pelo direito de livre circulação europeu, o sistema de imigração não respondeu às necessidades do povo britânico”, justificaram as autoridades britânicas, propondo-se priorizar as qualificações que as pessoas têm mais do que a sua origem.